Especialistas em segurança da Diebold Nixdorf encontraram uma praga
digital brasileira que, uma vez instalada em um aparelho Android, é
capaz de monitorar as páginas visitadas para criar telas falsas e roubar
dados bancários.
O programa ainda dá o controle total do aparelho para o hacker, que
pode abrir e usar o aplicativo bancário no próprio telefone da vítima
após capturar os dados da conta, burlando geradores de senha no próprio
aplicativo.
Segundo a Diebold Nixdorf, esse comportamento é inédito no Brasil. O
programa chegou a ser cadastrado em diversas versões no Google Play, a
loja oficial do Google para aplicativos do sistema Android.
A realização da fraude a partir do telefone do correntista dificulta o
funcionamento de alguns sistemas de segurança bancária, que detectam
divergências entre os dispositivos usados pelo cliente para acessar sua
conta.
Acesso remoto
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/h/F/VUokWyTpahADbKQSADfg/wapp.jpg)
Para não levantar suspeitas, o softwareé capaz de reduzir o brilho da
tela em 90% e acionar o modo silencioso. Dessa forma, o dono do celular
pode não perceber que seu aparelho está sendo usado sem sua autorização.
A empresa também alerta que os hackers só realizam a fraude quando o celular não estiver em uso pelo dono.
Software inédito, mas técnica conhecida
Segundo a Diebold Nixdorf, o programa foi aparentemente criado do zero.
Em outras palavras, ele não foi baseado em outros códigos maliciosos já
em uso por criminosos.
No entanto, ele utiliza o mesmo princípio já explorado por outros
programas semelhantes: os recursos de acessibilidade do Android.
Projetados para permitir a criação de aplicativos que facilitem o uso do
celular por pessoas com algum tipo de dificuldade auditiva ou visual,
os recursos de acessibilidade garantem um amplo acesso ao conteúdo da
tela.
Usuários precisam ficar muito atentos ao permitir que um aplicativo use
os recursos de acessibilidade do Android. Essa permissão precisa ser
dada separadamente após a instalação do app e é ela que permite que o
programa espião saiba qual aplicativo está aberto para criar telas
falsas.
Em dezembro, a fabricante de antivírus ESET alertou para a presença de outro aplicativo fraudulento, o "Whatsfound"
— também aparentemente desenvolvido no Brasil. A empresa já havia
alertado que o programa era capaz de monitorar os acessos a serviços
bancários, mas não há informação de que o programa dava o controle total
do celular para o criminoso. (G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário