sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

O que pode provocar o fim do mundo como conhecemos?

A extinção da raça humana pode ser um tipo de pesadelo, mas há muitas maneiras pelas quais isso pode acontecer.
A cultura popular tende a se concentrar apenas nas hipóteses mais espetaculares: basta se lembrar do asteroide no filme Armageddon ou da invasão alienígena em Independence Day.
Embora seja possível que a humanidade tenha um fim dramático, focar em tais cenários pode significar ignorar ameaças mais sérias que enfrentamos no mundo de hoje.
E pode ser que a gente consiga fazer algo a respeito.

Ameaças vulcânicas

Em 1815, uma erupção do Monte Tambora, na Indonésia, matou mais de 70 mil pessoas, enquanto lançava cinzas vulcânicas na estratosfera.
Isso reduziu a quantidade de luz solar que chegava à superfície da Terra, desencadeando o que ficou conhecido como o "ano sem verão".
O Lago Toba, no outro extremo de Sumatra, conta uma história ainda mais sinistra. Ele foi formado pela erupção de grandes proporções de um supervulcão há 75 mil anos, cujo impacto foi sentido em todo o mundo.
Chegou-se a cogitar que o evento tivesse provocado um dramático declínio da população de seres humanos primitivos, mas essa tese foi questionada recentemente.
Mas embora a perspectiva de erupção de um supervulcão seja aterrorizante, não devemos nos preocupar muito. Os supervulcões e outros desastres naturais, como um asteroide atingindo a Terra ou uma estrela explodindo na nossa vizinhança cósmica, tem a mesma probabilidade de acontecer ​​em 2019 do que em qualquer outro ano - e as chances não são altas.

Ameaças crescentes

O mesmo não pode ser dito a respeito de muitas ameaças globais induzidas pela atividade humana.
Por exemplo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Fórum Econômico Mundial listaram as mudanças climáticas e seus efeitos como um dos principais riscos para o planeta em 2019.
Em conferências conduzidas recentemente pela ONU, pesquisadores chegaram a dizer que a mudança climática já era "uma questão de vida ou morte" para muitas regiões. Enquanto muitos especialistas, incluindo David Attenborough, acreditam que isso poderia levar ao colapso das civilizações e à extinção de "grande parte do mundo natural".
As ameaças são complexas e diversificadas - de ondas mortíferas de calor e aumento do nível do mar até fome generalizada e migrações em grande escala.
Também estão aumentando os riscos potenciais provenientes de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA).
Os cenários vão desde armas cibernéticas cada vez mais sofisticadas que poderiam reter dados de uma nação inteira exigindo pagamento de resgate até algoritmos autônomos que poderiam, inconscientemente, causar uma quebra no mercado de ações.
Outra ameaça é a possibilidade de uma guerra nuclear.
Embora muitos se concentrem nas tensões crescentes entre potências globais, as novas tecnologias também podem colocar em risco nossa segurança.
Isso se deve tanto às linhas cada vez mais tênues entre armas nucleares e convencionais quanto ao risco de que a IA possa ajudar a desencadear uma guerra nuclear.
Outro risco que pode estar aumentando é o das pandemias globais. Acredita-se que o vírus influenza (causador da gripe), por exemplo, mate uma média de 700 mil pessoas e custe à economia global US$ 500 bilhões por ano.
O aumento da densidade demográfica e da mobilidade populacional faz com que novas cepas de influenza se espalhem facilmente. E isso levanta preocupações em relação a um futuro surto como o da Gripe Espanhola de 1918, que matou até 50 milhões de pessoas.
No entanto, campanhas de vacinação e outras medidas de prevenção de doenças ajudam a reduzir esse risco.

Como calcular o risco real

- Analise registros históricos e geológicos. Podemos acompanhar algumas ocorrências, como supervulcões e impactos de asteroides.
- Encontre um precedente natural. Quando os cientistas avaliaram o risco que o reator da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern) poderia representar, eles observaram situações semelhantes que ocorrem nas estrelas.
- Construa um modelo. Os cientistas usam modelos atmosféricos sofisticados para explorar o futuro do nosso clima.
- Para ameaças que não podem ser modeladas, os cientistas geram insights a partir de jogos de estratégia e outros exercícios.
- O governo do Reino Unido também mantém um registro de riscos nacionais, incluindo enchentes, meteorologia espacial e doenças. Leia matéria completa no (BBCBrasil)

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