segunda-feira, 5 de abril de 2021

Crônica de segunda

 Soltando as “amarras”

         

Quando um navio está atracado no porto ele fica preso por fortes cordas ou correntes. Para partir, os marinheiros têm que desamarrar o navio, “soltar as amarras”. Do mesmo modo, na vida, quando no útero materno estamos presos à nossa genitora pelo cordão umbilical. Quando vimos à luz, este cordão é cortado, mas permanecemos junto àqueles que irão nos prestar os primeiros cuidados e orientar para a jornada da vida. Aos poucos, vamos adquirindo conhecimentos e técnicas que nos auxiliarão nesta jornada. Então começa a nossa grande aventura de viver. Soltamos, definitivamente, as amarras e estamos pela nossa conta e risco.

         Como todo marinheiro de primeira viagem, nos sentimos inseguros e buscamos conselhos e orientações dos mais experientes. Assim sendo, ao contrário de um navio, que deixou suas amarras no porto, na jornada da vida continuamos com amarras das quais só nos libertaremos se tivermos mesmo soltado as primeiras amarras e tivermos coragem e disposição para nos libertar daquelas que ainda nos prendem, dificultando a evolução da nossa viagem.

Continuamos a aprender utilizando os meios de adquirir conhecimentos, ou pelas próprias experiências vividas durante a viagem. Alguns mais cedo, outros mais tarde, e muitos nunca, mas é necessário que se adquira Consciência Crítica, uma ferramenta fundamental se não queremos ser “Maria vai com as outras”, ou seja, alguém sem opinião própria, que age sempre pela cabeça dos outros, incapaz de tomar decisões. A Consciência Crítica nos auxilia a soltar as amarras pelo caminho.

NE: Publicada no livro Soltando as Amarras - 2015

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