Somos seres em permanente necessidade de ajuda. Em momento algum de nossa vida podemos dizer: “Eu não preciso da ajuda de ninguém!”. Desde a concepção, até nossa partida deste mundo, necessitamos ser ajudados e da mesma forma, devemos ajudar os outros. Se existe algo ridículo na pessoa humana é a autossuficiência. Infelizmente, a autonomia faz parte da cultura atual.
ESTÁ comprovado que é mais fácil ajudar do que reconhecer a necessidade de ajuda. A autossuficiência é uma tentação em todas as idades. Reconhecer-nos necessitados parece uma certa afronta à nossa autoafirmação. A rebeldia de apropriar-se de todas as possibilidades por conta própria é um impulso natural. Todos nós necessitamos de ajuda e podemos ajudar. Ninguém é tão pobre que nada tenha a oferecer e ninguém é tão rico que nada precise receber.
UM ARTISTA famoso, ao
chegar numa localidade onde iria apresentar-se, foi abordado por um cidadão que
lhe disse: “Seja bem-vindo em nossa cidade! Em que posso ajudar?”. O artista,
cheio de orgulho, respondeu: “Eu não preciso de ninguém!”. O humilde cidadão,
logo lhe perguntou: Quem lhe deu a vida? Quem cuidou de você quando era
criança? Quem lhe preparou para uma profissão? Quem lhe garante o ar para sua
respiração, a luz do sol e a água? Quem cultiva os campos para os alimentos de
cada dia?
TODOS nós passamos por
momentos de provações onde nos vemos necessitados de um “Anjo da Guarda”. Como
é importante quando alguém chega e nos pergunta: “Em que posso ajudar?”. Quando
nos reconhecemos como necessitados, teremos mais facilidade de entender as
pessoas que passam pela mesma situação. Se nos sentimos agraciados pelas muitas
ajudas de cada dia que nos vem dos outros, certamente nos abriremos para ajudar
a quem necessita de nós.
PORTANTO, podemos deduzir
que cada pessoa pode oferecer ajuda humana e espiritual aos outros. É mais
fácil que alguém nos ofereça um sorriso se, antes, formos sorridentes. É mais
garantida a saudação dos outros, se, antes, soubermos saudar. É mais provável a
solidariedade dos outros para nós, quando soubermos ser solidários. O primeiro
passo é sempre reconhecer que precisamos uns dos outros. E quem não necessita?
O QUE TEMOS nós que não
recebemos de Deus? E o que devemos fazer com tudo o que d’Ele recebemos? Toda a
ajuda recebida deve se transformar em ajuda para os outros. Santa Catarina de
Sena afirmava: “Deus nunca dá todos os dons a uma única pessoa, e não deixa
ninguém sem dons. Isso é para que aprendamos a partilhar”. “De graça
recebestes, de graça deveis dar” (Mt. 10,7-15).
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