quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Del Feliz faz shows na Europa


O forrozeiro Del Feliz é uma das atrações da grande Lavagem de Madeleine, em Paris, que está acontecendo esta semana, mais precisamente de 22 a 27. Del Feliz participa do evento – idealizado pelo músico baiano Robertinho Chaves, há nove anos – ao lado de outros baianos como Carla Visi, Jota Velloso, entre outros.

O cortejo comandado pelos artistas baianos sairá da Bolsa de Valores em direção ao templo, passando pelas principais ruas do centro de Paris e no final chegando às escadarias da Igreja de Madeleine, para efetuar a tradicional lavagem.

O evento retrata a força do sincretismo religioso entre católicos e seguidores do candomblé, além de reforçar a cultura afro-brasileira. Em resumo, é a Lavagem do Bonfim na França. São esperadas mais de 10 mil pessoas, entre brasileiros e Franceses.

Agenda
A agenda de Del Feliz envolve outras três apresentações na Suíça e Itália entre os dias 22 e 27 de setembro, além de mais um show em Paris, dia 28.09. Na oportunidade, o forrozeiro estará lançando seu novo CD – TRIBUTO A ACCIOLY NETO.
Em novembro, ele fará o lançamento oficial deste novo trabalho aqui no Brasil, em Salvador, no Cais Dourado.

Lavagem do Bonfim na França


Para quem conhece um pouco Salvador, a história pode parecer velha. Baianas e baianos vestem suas roupas brancas, põem seus colares de candomblé, pegam rodos, vassouras, baldes, água-de-cheiro, e se postam diante de uma igreja – uma igreja com escadaria. Depois, juntos, começam a lavá-la, degrau por degrau. Assim é feita, no primeiro domingo de janeiro, ano após ano, a Lavagem do Bonfim, em Salvador. O que pouca gente sabe é que o mesmo ritual acontece, nove meses depois, em um lugar onde as pessoas preferem o roquefort ao acarajé: na França.
Desde 1998, um baiano chamado Roberto Chaves organiza uma espécie de Lavagem do Bonfim em uma das principais igrejas de Paris. Nos primeiro anos, o ritual acontecia diante da igreja do Sacré Coeur (Sagrado Coração) – mas só diante, pois o padre não autorizava uma missa em português no templo. Em 2000 a história mudou: Chaves passou pela Église de la Madeleine, encantou-se com a escadaria, conversou com o padre, descobriu que ele visitara e se apaixonara pelo Brasil, e em pouco tempo o acordo estava feito. Assim, em setembro, no último domingo das férias escolares, a igreja é tomada por uma multidão de brasileiros também vestidos de branco, carregando rodos, vassouras e água-de-cheiro: é a festa da Lavagem da Madeleine.
Chaves é baiano de Santo Amaro, “terra de Caetano Veloso”, como gosta de frisar. Vive há mais de uma década em Paris, onde trabalha como cantor e compositor. Sem poder voltar ao Brasil todo ano para acompanhar a Lavagem do Bonfim, uma das cerimônias religiosas mais importantes da Bahia, resolveu reinventá-la por conta própria. Uma noite, sonhou que vira Paris em branco, com baianas e flores por todos os lados. Acordou e foi procurar uma igreja. Pensou em Notre Dame, onde Napoleão Bonaparte foi coroado imperador. E só abandonou a idéia por um problema técnico: não havia escadas para lavar. Chaves diz que a igreja da Madeleine foi a escolha perfeita para sediar um ritual popular, “pelo boato de que Maria Madalena havia sido uma prostituta, alguém do povo.”
Ano após ano, a Lavagem da Madeleine atrai mais brasileiros e franceses às escadarias da igreja.

Fonte: www.revistadehistoria.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Este garoto vai longe!!!