Entre os maçons há a crença de que Deus nos deu dois ouvidos, dois olhos e apenas uma boca. Por isso devemos ouvir mais, ver mais e falar menos. O silencio de uma pessoa sábia é mais eloqüente do que o tagarelar de um tolo. Não creio ser regra geral o dito popular que sugere que “quem cala consente”. Às vezes, ouvimos tantas asneiras e tolices, que o melhor a fazer é mesmo calar, até para não alongar uma discussão tola e vazia.

Aliás, a solidão é o mal maior destes nossos tempos. As grandes cidades vivem cheias de pessoas sós. Mesmo aquelas que vivem com suas famílias sentem-se sozinhas. Hoje, com o computador e a televisão, cada um se isola em algum compartimento da casa e gruda os olhos na telinha por horas, sem conversar com os seus familiares. Quando nas ruas, elas sequer se cumprimentam. Os veículos de transporte coletivos estão lotados de pessoas sós, que não se relacionam com seus semelhantes.
Quantas vezes ficamos dias, semanas, meses, sem ter uma boa conversa com nossos filhos? Quanto tempo ficamos sem visitar nossos parentes distantes? Há muita verdade na frase “seja pai do seu filho antes que um traficante o adote”. Estamos tão ocupados com nossos próprios problemas que não percebemos os dos outros. Às vezes temos alguém sofrendo dentro da nossa casa e não percebemos. Ouvi pela imprensa que um velho senhor faleceu na casa em que morava sozinho e só se soube do ocorrido por causa do mau cheiro. Isso é aterrador, desumano.
Somos seres sociais, precisamos nos relacionar com os nossos semelhantes. Esse relacionamento, na maioria das vezes, é complicado porque temos o mau hábito de não dar ouvidos ao que nos dizem e, o que é pior, tentarmos impor aos outros as nossas convicções. Isso afasta as pessoas de nós. Uma boa conversa é aquela em que falamos e ouvimos, refletimos e tomamos as decisões necessárias.
Conversemos, pois. E é sempre bom lembrar que “um sábio fala porque tem algo a dizer. Um tolo fala porque tem que dizer alguma coisa”.
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