A questão é a seguinte: Nós nos reuníamos todas as quintas-feiras, a partir das 20 horas para aprimorar os nossos conhecimentos maçônicos, discutir assuntos de relevância para a sociedade, buscando apontar soluções, e planejar os nossos trabalhos sociais. Tais reuniões, na maioria das vezes, ultrapassavam à zero hora.
Nossas esposas, por sua vez, também se reuniam na Ala Feminina, e igualmente discutiam e planejavam ações sociais. Apesar das longas reuniões, se perdia muito tempo em discussões inócuas e falas repetitivas, o que comprometia a produtividade das reuniões. Além disso, a vaidade e a verborragia de alguns membros eram, no mínimo, irritantes. Passei então a me questionar sobre se estava valendo a pena tanto cansaço, tanto sacrifício e tanto gasto. Concluí que não. O que se produzia não era compatível com tanto esforço e irritação.
Então eu, que havia me afastado por conta de uma crise financeira que passei, decidi não mais voltar às reuniões, embora não me furte a participar de ações sociais sempre que sou convocado. Por motivos semelhantes, me afastei também dos movimentos da igreja Católica. Para conversar com Deus, orar, promover a caridade e avaliar meus procedimentos perante a lei divina, eu não preciso de ninguém para me dizer como fazer. Faço eu mesmo, ao meu modo, junto com a minha família, de forma prática e objetiva.
Outra coisa que me irritou na Maçonaria, foi constatar que a maioria dos iniciados ia avançando nos graus maçônicos, sem o devido aprendizado e preparo para tal. O sistema de avaliação, pelo menos do meu ponto de vista, é falho. E, por conta disso, pessoas são promovidas sem que tenham realmente aprendido e estejam praticando o que lhe foi ensinado. Decorar rituais não significa aprendizado, mas, apenas mostrar que tem boa memória.
E vi que tudo permanece na mesma ao encontrar um fanfarrão. Um dos ensinamentos básicos da Maçonaria é Deus nos deu dois olhos, dois ouvidos e apenas uma boca, para que observemos mais, ouçamos mais e falemos menos. Porque uma pessoa sábia fala porque tem algo a dizer, mas, um tolo fala porque tem que dizer alguma coisa. Há uma diferença sutil nisto, porém de grande profundidade.
E o fanfarrão que encontrei, embora já tenha atingido, oficialmente, a plenitude maçônica, demonstrou que não tem preparo sequer de aprendiz. Tudo continua como dantes. Então, por enquanto, eu tou fora.
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