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César Oliveira |
Sou professor de Medicina. Tenho por dever habilitar as mãos e, se
possível, a alma de quem passa por mim. E, por isso, sempre lhes
descrevo a magnitude, a beleza, o impacto de um ato médico. Lhes digo
que temos de ser maximamente eficiente e minimamente invasivos à
integridade física, econômica e afetiva do paciente. É oficio
obrigatório semearmos otimismo no espírito dos que começam, pois, nos
diz Hipócrates: " A vida é curta, a arte é longa, a oportunidade é fugaz, a experiência enganosa, o julgamento difícil"
A falta de resolutividade no sistema público, no entanto, é
dilacerante. Na atenção básica, de baixa demanda técnica, há avanços,
mas a partir daí o gargalo vai se tornando cruel, limitante e letal. Na
alta complexidade alguns setores conseguem resolutividade ( terapia de
substituição renal, oncologia, cardiologia, próteses) , embora sem
atendimento pleno.
Na média complexidade- aquela que não mata agudamente, e impacta nas mídias, mas vai lesando progressivamente-, é de uma falta de solução brutal, excludente, que nos deixa , médicos, entre o desespero e a ira, entre o desalento e endurecimento da alma pela sobrevivência
Ambulatório pós ambulatório com alunos, consultas após consultas de pacientes que nos pagam , vemos o protelamento e manutenção das hidronefroses que lesarão os rins definitivamente porque não há onde retirar os cálculos, cirurgias prostáticas que não se resolvem, doenças reumatológicas sem diagnóstico e tratamento, biópsias que não são feitas, cirurgias ambulatoriais que não acontecem, enfim, uma vastidão de procedimentos ambulatoriais que vão minando a esperança, a qualidade e expectativa de vida do paciente.
Mais que mais médicos precisamos de mais saúde, mais resolutividade, mais respeito, ao cidadão.
Na rede pública, não tem dia fácil em ser médico...
Na média complexidade- aquela que não mata agudamente, e impacta nas mídias, mas vai lesando progressivamente-, é de uma falta de solução brutal, excludente, que nos deixa , médicos, entre o desespero e a ira, entre o desalento e endurecimento da alma pela sobrevivência
Ambulatório pós ambulatório com alunos, consultas após consultas de pacientes que nos pagam , vemos o protelamento e manutenção das hidronefroses que lesarão os rins definitivamente porque não há onde retirar os cálculos, cirurgias prostáticas que não se resolvem, doenças reumatológicas sem diagnóstico e tratamento, biópsias que não são feitas, cirurgias ambulatoriais que não acontecem, enfim, uma vastidão de procedimentos ambulatoriais que vão minando a esperança, a qualidade e expectativa de vida do paciente.
Mais que mais médicos precisamos de mais saúde, mais resolutividade, mais respeito, ao cidadão.
Na rede pública, não tem dia fácil em ser médico...
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