De panos de pratos pintados à mão, toalhas rendadas, de crochê, e artigos em couro a barbearia à moda antiga, tabacaria, lan house e esteticista. Pois é, no Mercado de Arte Popular (MAP) é possível encontrar diversos serviços, que vão desde a compra de lembrancinhas, de um belo vestido de festa, degustar um lanche ou um bom almoço a relaxar o corpo e a mente.
Há dez meses, a esteticista Jacidalva Silva [foto acima] trocou o espaço na rua Domingos Barbosa de Araújo, Centro, pelo MAP. É no primeiro andar que ela oferece limpeza de pele, massagens e depilação. No ambiente climatizado e com uma boa música instrumental, diga-se de passagem, no volume mínimo, ela usa a técnica das mãos e cremes apropriados para fazer movimentos na pele tanto em mulheres quanto nos homens.
Jacy, como é conhecida, conta que muitos
deles trabalham na região do comércio e, com isso aproveitam o intervalo
no expediente para ir até seu espaço. Os atendimentos são previamente
agendados.
“No início fiquei um pouco insegura, mas,
graças a Deus, meus clientes me acompanharam na mudança de endereço e,
nestes dez meses no Mercado de Arte, as portas se abriram com a chegada
de outros. Aqui temos uma boa localização, assim como prezo pela
estrutura”, afirma Jacy, uma ex-agente de endemias.
Ao lado, também no primeiro andar, a
cabeleireira Andrea Santos [foto abaixo] faz tranças entre outros
penteados afros. Diz que “o serviço é direcionado a cultura negra”. Há
seis anos no MAP, ela mantém um bom número de clientes. Seu box é um dos
mais movimentados.
“O MAP é um espaço de cultura e da arte.
Então, isso aqui tem tudo a ver”, diz ao olhar para um longo e cacheado
cabelo que estava sendo finalizado pela agilidade de suas mãos.
Enquanto isso, no térreo onde estão
distribuídos quase a totalidade dos 97 boxes, o artesanato divide espaço
com a banca do folheteiro e cordelista Jurivaldo Alves da Silva, onde
estão à venda romances, folhetos, além de CDs e cédulas antigas; e a
Magalhães Foto, o box de seu Antônio Magalhães, onde aos 85 anos
fotografa em 3x4 e oferece serviços de xerox e impressão.
Barbeiro Francolino e sua fiel clientela: do ex-prefeito Colbert a pecuaristas e médicos
No Mercado de Arte tem ainda chaveiro,
ourives, amolador de tesouras e alicates, vendedor de embalagens
plásticas e produtos de limpeza, relojoeiro e quem coloque molduras em
fotografias e imagens. E em meio a tudo isso, a “Barbearia Rocha”, no
Boxe C, em frente a uma das portas de acesso ao equipamento pela rua
Benjamin Constant.
Ocupando o MAP há 40 anos, pelas mãos do
barbeiro Francolino Pereira Rocha, de 95 anos (79 de profissão), já
passaram figuras públicas de Feira de Santana, como o ex-prefeito
Colbert Martins, pai do atual gestor do município, Colbert Martins
Filho, Eduardo Froes da Motta, empresários e pecuaristas.
“Muitos que aqui frequentavam Deus já
levou”, diz Francolino, que divide o espaço com o também barbeiro,
Vivaldo Andrade Rocha, 76, que destaca as qualidades do irmão como
profissional: “Na época que cortar cabelo era com tesoura, não tinha
ninguém igual a ele”.
Ainda assim, a “Barbearia Rocha” mantém
uma clientela fiel, inclusive de outros municípios, que vem em busca dos
serviços de Francolino e Vivaldo. “Tenho clientes de Cachoeira, São
Gonçalo, já tive de Anguera, que vêm aqui no MAP só para cortar o cabelo
comigo”, diz o mais novo dos barbeiros.
A diretora do Departamento de Turismo, da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Graça Cordeiro, reforça que
“hoje o MAP não é apenas o local onde as pessoas procuram por roupas ou
outros artigos artesanais, mas também vêm interessadas nos serviços
diversos que os permissionários oferecem, desde aquele que confecciona
uma aliança aos que oferecem massagens e serviços estéticos”.
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