Bolsonaro tem construído um isolamento progressivo dos governadores
(com o desafio do ICMS, exclusão de governadores do Conselho da
Amazonia, o que já gerou uma carta assinada por 20 deles); do Congresso
(sim, sabemos que quase todo é chantagista, mas ele tem aprovado suas
medidas importantes e não pode ser menosprezado como um poder da
República); da imprensa (colocando todos em um balaio só, de forma
sistemática e deliberada); e do Supremo (compartilhando vídeo em que
eles eram representados por hienas).
Esse isolamento produzido ao acaso, é uma estupidez; deliberado, é um
perigo. Só faz isso quem é louco e não tem apego ao poder ou quem tem um
plano B.
E Bolsonaro não é louco! Isso sim, me preocupa. Manifestação, não.
Escolas de samba, realidade e fantasia
De repente as escolas de sambas do Rio de Janeiro- uma espécie de
joint-venture entre o crime organizado e o Governo-, foram elevadas de
patamar, passando de grandes produtoras de diversão, e de instrumento
para amenizar a face dura do jogo do bicho e do tráfico, para geradoras
de tratados sociológicos.
Seus enredos se tornaram teses sociais, e seus desfiles peças de
resistência ideológicas. O sonho dos intelectuais de araque de criarem
Sorbonnes de barracão, tinha se concretizado, descido ao asfalto, e
finalmente adquirido o status de redentor nacional.
Pena que ao final do desfile o bicheiro Bidi foi fuzilado com mais de
40 tiros. Era irmão de Maninho, também morto, com seu filho, em outra
ocasião e filho de Waldemir Garcia, o Miro, um dos mais famosos
bicheiros, e ex-presidente de honra (o termo não é uma ironia), da
Salgueiro.
A realidade costuma ser implacável com as fantasias.
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