
Os críticos de Moro costumam usar uma régua com ele
que não usam nem consigo próprio, como faz Gilmar Mendes- o habeas
corpus mais rápido de Jacob Barata- , no STF, por exemplo.
Moro
foi convidado a compor o governo de Bolsonaro com promessa de carta
branca no grande projeto de combate a corrupção, lema do candidato.
Deixou a magistratura, por conta e risco, mas acreditando no Presidente,
que ainda dizia que o indicaria ao STF, ou seria Ministro, por 8 anos. O
governo obteve toda repercussão positiva e usufruiu de levar Moro para
seu projeto.
Bem, como registrado na imprensa, ele nunca teve
carta branca. Quando veio a crise do COAF, Bolsonaro apoiou a retirada
do MJ; quando apresentou o projeto anti-crime, sua grande aposta,
Bolsonaro, sugeriu que ele deixasse para depois; quando a Câmara aprovou
o esdrúxulo juiz de garantias, Moro pediu, mas ele não vetou. Não teve
apoio para a aprovação da prisão em segunda instância. Em seguida, veio a
tentativa de dividir o Ministério da Justiça e Segurança, depois a
declaração que indicaria para o STF, alguém " terrivelmente evangélico",
e, por último, a demissão com a falsificação da assinatura de Moro, no
Diário Oficial, do Diretor Geral, da PF, retirando a carta branca
prometida, para criar sistema paralelo de interlocução em uma polícia do
Estado.
Não se aponta até aqui nenhum crime de Moro, ao
contrário, estaria impedindo que uma ação ilícita acontecesse. Depois
que saiu, os detratores o acusaram de ser político, de traição, mesmo
que a lei do silêncio se aplique só à máfia. Poderia ser acusado, de
soubesse do fato e compactuasse com ele. Não gostei de Moro não ter
entregue sua demissão antes da saída, e que tenha vazado as mensagens da
Zambelli, afilhada, sem sua permissão, afinal, pelo trecho que li, ela
não fez nada ilegal, mas embora não aprecie o método, não há nada que
deslustre a biografia do ex-juiz.
Hoje, Bolsonaro o chamou de
Judas. Nada do que Moro podia entregar ao governo Bolsonaro, ele negou-
prestígio, combate ao crime organizado,corrupção e criminalidade
violenta, apreensão recorde de drogas, queda inédita da criminalidade,
Banco Nacional de Perfis Genéticos, Centro Integrado de Operações nas
Fronteiras, parcerias internacionais para combate ao tráfico, confisco
de bens do crime em prol da Sociedade, deportação de mais de 1000
criminosos, enfrentamento as organizações criminosas, que ninguém mais
fez, delegacias especializadas de combate a corrupção, entre outras
ações.Bolsonaro, em compensação...
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