Esta semana compartilhei com cerca de 150
contatos do WhatsApp, um vídeo em que um rapaz, em frente a uma delegacia,
denuncia que ele e alguns colegas foram presos a mando do ministro Alexandre
Moraes, porque estavam participando de uma manifestação de apoio a Bolsonaro. Não
posso atestar a veracidade do fato, mas compartilhei com o intuito de ver ou
ouvir os comentários dos meus amigos a respeito do assunto, porque estas
prisões arbitrárias, e até violentas, estão acontecendo por todo o País.
Mas, o que recebi de volta, com raras
exceções, entre pouco mais de 20% da quantidade que mandei (a grande maioria
preferiu o silêncio), foram comentários estapafúrdios e respostas vazias,
desprovidas de argumentos. Ninguém demonstrou ter conhecimento sobre o direito
de ir e vir que é garantido pela Constituição a todo cidadão brasileiro. Quando
algum governante ou policial cerceia este direito, sem uma denúncia formal de
crime cometido, é abuso de poder, arbitrariedade só vista em regimes
ditatoriais, nunca numa democracia.
A maioria das pessoas aparenta não
conhecer os seus direitos constitucionais (muito menos os seus deveres), e
aceita estes abusos como “normais” e não como um grave crime contra a cidadania,
que realmente é. Quando isso acontece, a população demonstra que está se
tornando presa fácil para qualquer tiranete de aldeia. Está a um passo de ser
transformada em escrava de um regime ditatorial, onde não existem direitos,
apenas deveres. Vira “rebanho”, como acontece com porcos selvagens, por
exemplo. Explico:
Alguns caçadores usam uma tática
simples para aprisionar porcos selvagens. Encontrando seus rastros na mata,
põem alguma comida na trilha. Repetem isso dia após dia. Quando os porcos estão
acostumados, eles constroem um pedaço de cerca ao lado da trilha. Os animais
cismam, à princípio, mas logo voltam a comer os alimentos ali deixados. Então,
a cada período eles constroem cercas dos quatro lados, deixando apenas uma
pequena abertura com uma porta levadiça que dispara como um alçapão quando um
animal tropeça numa corda esticada, prendendo assim os animais no cercado.
Mais didático que isso, é impossível.
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