Assim o “velho” Leó, ao batizar os filhos introduziu o “Holanda” na família e ainda carimbou de Mauricéia uma das suas filhas, lembrando a presença dos europeus, dos Países Baixos, na belíssima Recife, capital de Pernambuco. Percilio que trabalhava nos Correios, como carteiro, sempre que podia reunia-se com amigos em alguma baiuca para prosear e cantar, preferencialmente uma das suas canções. Quitéria, uma bela morena que mais trabalho lhe dera para “amansar” que uma mula brava, era sua musa inspiradora, principalmente quando “toureavam” em casa, o que não era raro.
Era só o Nelsinho, bom violão, mas “voz de andorinha”, pois voava de um tom para outro sem freio chegar, e Percilio se apossar do instrumento para mostrar o seu repertório junto com o do seu “primo”. Ai ele mandava “Carolina”, “Januária” “Pedro Pedreiro” suas preferidas de Chico e com fartas doses de Sete Fazendas, Pitu, Caribé e tantas outras entrando seguidamente, ingressava de corpo e alma no forró. “Morena Bela” de Jackson do Pandeiro, “De volta pro aconchego” de Dominguinhos “Juazeiro/Petrolina” de Jorge de Altinho, mostrando o seu verdadeiro lugar.
E ai de quem estranhasse a mudança do seu repertório. Inchava tal um papa vento, o que lhe dava, ou aparentava, alguns centímetros a mais, e partia para explicar que como etnólogo (pessoa que estuda a cultura e costumes humanos), palavra que ele ouvira em algum lugar e achara bonita, mas não se encaixava no assunto, podia “falar de cátedra” sobre sua família. Assim, para ele, era “Jackson do Pandeiro de Holanda, Dominguinhos de Holanda, Marines de Holanda e até Roberto Carlos de Holanda”. Pelo menos enquanto o goró fizesse efeito!”
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