Quando eu conheci Mário ele já era casado e fazia parte de um movimento de igreja. Contudo, ainda era boêmio e gostava de morder o rabo da cobra. Isso era motivo para frequentes discussões entre o casal. Quando eu cheguei, fiz amizade com ele e isso só fez aumentar as discussões. Mas, nós éramos adultos e em algum momento o juízo nos chamaria a responsabilidade. E foi oque aconteceu. Sendo que, mais a ele do que a mim. Os padres gostam de se aproveitar da mansidão dos fiéis e transferem boa parte das suas obrigações para eles. Isso toma o tempo dele, não deixando espaço para farras e fica mais fácil manobrá-los. Mas, comigo não violão! Eu alertava meu amigo para o perigo de ser domado e de repente virar padre também. E o que é pior, sem remuneração. O resultado é que ele deixou de farrear, mas, eu não.
Com Arlindo foi um pouco diferente. O
padre tentou domá-lo do mesmo jeito. Mas não deu certo. E quando a esposa viu
que Arlindo não ia deixar a farra nem ia fazer as vontades do padre, optou em
ficar com o marido e foram felizes para sempre. Já a mulher de Dedeu não teve a
mesma sabedoria. Suplicou, brigou e ameaçou: Eu, ou a cachaça! Perdeu o marido,
é claro. Faltou-lhe sutileza.
O mundo está cheio desses exemplos de casais
que brigam por isto ou aquilo e não conseguem chegar a um acordo. Creio que é
porque não existe amor, compreensão ou afinidade. Quando existe essas coisas
tudo se supera e se chega a um bom termo, fazendo concessões e declarações de
amor. Mas, quando não existe estes sentimentos a vaca vai pra o brejo e o boi
nem vai atrás.
Não é o caso de radicalizar, nem de
facilitar. É apenas de entendimento. Quando se radicaliza nunca termina bem. Conheci
um casal que na primeira noite o marido foi dizendo eu jogo futebol as segundas,
quartas e sextas-feiras. Terça e quinta, tenho reunião de empresa e no sábado
me reúno com os amigos para beber e jogar conversa fora. A mulher respondeu: Por mim, tudo bem! Mas
nessa casa se faz sexo todos os dias da semana, com ou sem marido. Pois é, tem
que haver um consenso.
Ângelo e Angelica se pareciam muito em
tudo. E levavam uma vida muito tranquila. Era meu amor pra, meu amor pra cá...
a vida era uma maravilha. Ângelo fazendo a vontade da mulher, ajudava nos serviços
da igreja a qual frequentavam. Ela muito religiosa e cuidadosa, auxiliava os
padres com a parte da arrumação da igreja, cuidava dos documentos e escritas.
Ele participava do coral e auxiliava durante as celebrações. Angelica costumava
levar algum trabalho pra fazer em casa. Coisa que Ângelo não via com bons olhos,
porque pra ele o trabalho da igreja é pra ser feito na igreja. Certo dia, ao
chegar em casa, ele encontrou Angélica lavando as cuecas do monsenhor José e
não gostou nada daquilo. Arrebatou a bacia de roupas, colocou tudo numa sacola,
foi até a casa paroquial e jogou a sacola nos peitos do monsenhor dizendo: Se
quiser uma mulher pra lavar suas cuecas, arrume uma pra você!
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