sábado, 15 de outubro de 2022

 


* Retrato do distante 2016 * 

 Porque hoje,

 simplesmente sábado,

último dia de abril,

findou-se um terço do anual rosário,

 dedilhado em crenças vãs.

 Porque hoje,

estamos em carnaval extemporâneo:

Micareta de Feira de Santana,

aos seus 79 anos.

 Porque hoje,

véspera de 1º maio,

completa 22 anos meu 5º disparo conjugal:

amor sensato, exato.

Porque amanhã,

irei felicitar septuagenário amigo,

deficiente visual na terceira idade,

ofertando-lhe flores

 e com ele e respectivas famílias,

degustarmos divina maniçoba

feita por gente da terra dele

- Santo Amaro da Purificação -

entendida no assunto.

 Porque hoje,

pleno carnavalesco feriado feirense,

fui à Princesinha do Sertão

comprar begônias para a mulher.

Estou ficando velho, não estou ficando burro.

 Porque hoje, vesti azul

 e lembrei versos musicados:

“Vesti azul, minha sorte então mudou...”

 Porque para hoje,

dado compromissos de amanhã,

resolvi antecipar

meus dominicais uísques e habituais tertúlias.

 Porque hoje,

decidi dar sinais de vida,

rabiscando essas mal traçadas

sob o impulso de dizer-me bem, firme e forte.

 Por aqui, paro.

 Vou à rua estar com dois amigos,

mantemos internacionais encontros

em bar no calçadão de nossa cidade:

um cubano, Félix Menendez, personalidade ímpar,

diretor da fábrica de charutos;

outro, francês, Jean Baptiste Nardi,

professor, doutor, escritor,

autor da apresentação de meu livro

 “Bahia – Terra de Todos os Charutos”.

 Por tudo isso,

e por hoje ser sábado,

perdoem-me a brevidade.

Fraterno abraço e até de repente!

 

 Hugo A. de Bittencourt Carvalho, economista, cronista, ex-diretor das fábricas de charutos Menendez & Amerino, Suerdieck e Pimentel, vive em São Gonçalo dos Campos – BA.

 [email protected]

http://livrodoscharutos.blogspot.com

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