Todo brasileiro é refém. Estamos vivendo um tempo de violência descontrolada. Não há ninguém (exceto os moradores de algumas ilhas), que não esteja com o medo no cotidiano. Sejam os milionários, pelos motivos óbvios, sejam os mais pobres, ameaçados, explorados, extorquidos nas comunidades (como está acontecendo em Salvador) e expostos à sorte. Ou azar. Escolas abrem ou fecham a depender das ordens dos chefes do tráfico, bairros só são acessados com permissão. Muitos são vitimados ao acaso, pagando com a vida, ou perdem o patrimônio conseguidos com muito custo. O narcotráfico se espalha pelo país tomando, inclusive, as pequenas cidades.
Enquanto isso a Justiça se esforça de toda maneira para mostrar que o crime compensa, procuradores soltam criminosos em plantões de fim de semana, audiências de custódias funcionam como porta de entrada e saída. E o STF dá mostras que a corrupção não tem punição com o ministro Tofolli cancelando, de forma inacreditável, punições aos corruptos – que, inclusive, estão sendo penalizados nos EUA por corrupção cometida no Brasil.
Infelizmente, no entanto, não temos nenhuma – repito,
nenhuma – ação governamental de
enfrentamento a essa situação. O ex-ministro Dino com sua suprema incompetência
e vocação midiática entregou apenas audiência com a Dama do Tráfico, no seu
Ministério e uma ida misteriosa a uma favela do Rio, sem escolta. Fracassado
como ministro foi nomeado para Ministro do Supremo. É surrealismo demais mesmo
para nosso esgoto administrativo. Em compensação recebemos um ministro parcial
do STF, Lewandovski, que se tornou ministro da Justiça com tanta capacidade de
enfretamento ao crime quanto o do Ibis diante do Barcelona.
A verdade é que só temos ações isoladas, sem
coordenação, integração, mobilização nacional de todos os operadores do sistema
para combater a entrada de armas e drogas nas fronteiras, confiscar recurso dos
criminosos, combater as organizações criminosas que já mudaram de status para
organizações mafiosas. E, ao mesmo tempo, enfrentar a infiltração criminosa no
Judiciário, na política, na imprensa – quase um braço armado do crime com sua
apologia às drogas e contra a ação policial.
Apesar de tudo isso continuamos elegendo o mesmo
Congresso, aprovando nomeações que apenas degradam os tribunais e aceitando que
o governo nos deixe como tábua de tiro ao Álvaro, sem nada exigirmos dele.
Estamos sós, estamos indefesos, estamos com medo.
Somos todos reféns!
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