Um dia as estrelas
do céu pediram a Deus para visitar a Terra. O pedido foi aceito e, naquela
noite, houve uma maravilhosa chuva de estrelas de todas as cores: azuis,
amarelas, douradas, vermelhas, prateadas, brancas... Cada estrela procurou um
lugar para ficar. Uma, escolheu a torre da igreja, outra preferiu o campo, a
terceira, uma movimentada encruzilhada...
PASSADO algum
tempo, as estrelas regressaram ao céu. E, como justificativa, alegaram que a
Terra não era um bom lugar para ficar. Lá existia muita maldade, ódio,
poluição, fome, doenças e tempestades. Mas, uma delas não voltou. E um anjo
explicou a Deus: era a única estrelinha de cor verde. Ela percebeu a difícil
situação da Terra e, assim mesmo, resolveu ficar. Olhando lá do alto, os anjos viram
que nos homens e nas mulheres, agora, brilhava uma estrela verde, a Estrela da Esperança.
SABEMOS que, muitas
vezes, o desânimo, a angústia, o medo e a ansiedade podem nos afastar da
esperança. Parece que esses sentimentos estão diariamente presentes em muitas
pessoas. Temos medo de adoecer, do desemprego, da fome, das drogas e, até
mesmo, medo de morrer. Vivemos desesperançados. Mas, nunca percamos a esperança!
Ela está dentro de nós e sempre nos mostra um caminho, um raio de luz nas
piores situações, sofrimentos e dúvidas.
QUANTO mais difícil a
situação, mais brilha esta pequenina estrela. Quanto maior a escuridão, mais as
estrelas se tornam visíveis. Quanto mais escura a noite, mais cresce a certeza
da aurora. A Terra já foi definida como vale de lágrimas. É a esperança que
seca essas lágrimas e faz, novamente, as pessoas sorrirem. A esperança, diz o
povo, é a última que morre. Por isso, faz parte de nossa condição humana sermos
Peregrinos de Esperança.
O SER HUMANO pode perder
tudo, menos a esperança, porque ela se firma em Deus. A
esperança humana é sempre fraca, débil, e às vezes morre. Mas, a esperança
cristã não morre, porque é certeza. Ela é irmã gêmea da Fé e nos conduz pelos difíceis
caminhos da vida até à casa do Pai. O apóstolo Paulo garante: “Não temo, pois sei em quem depositei minha esperança” (2 Tm
1,12). E conclui: “É pela
esperança que somos salvos” (Rom 8, 24).
NOSSA VIDA e nossa história
tem data de chegada e data de partida. As lápides dos cemitérios costumam
registrar o percurso do tempo que por aqui passamos. Mas, para onde vamos?
Viemos de um passado, vivemos num presente, rumo a um futuro que nos coloca sempre
em estado de peregrinos. E Jesus disse:
“Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. Na casa
de meu Pai há muitas moradas...Vou preparar-vos um lugar,” (Jo 14,1-2).
Dom Itamar Vian
Arcebispo
Emérito
[email protected]
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