terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Desconstruindo o universo

Li certo dia um texto contando um caso em que um jovem tentava desmoralizar um velho dizendo: “Nós vivemos na era da Cibernética, da Informática, do avanço científico nas áreas de saúde, lazer, educação. Somos da era das espaçonaves, da conquista espacial. Vocês viveram numa época pobre, cheia de dificuldades, não tinham nada. O que vocês fizeram, afinal”? “Nada. – redarguiu o velho - Estávamos muito ocupados inventando todas estas coisas que você citou. E você, seu bostinha, o que está fazendo pelas futuras gerações”?

    É isso aí. Através dos tempos a juventude sempre desafiou a maturidade. Precisam disto para testar seus limites. De certa forma é até salutar. Como alguém já disse, “são as perguntas que movem o mundo e não as respostas”. E quando a juventude questiona a maturidade com sucesso, com provas das suas convicções e afirmações, a humanidade só tem a ganhar.

    Há muita resistência por parte dos veteranos em aceitar as novidades da juventude. Mas, se são convencidos, aceitam e com suas experiências contribuem muito para o desenvolvimento e o progresso dos novos conhecimentos, das novas tecnologias. Às vezes, é sábio a juventude saber esperar o momento oportuno para colocar suas idéias, suas experiências em prática.

Vejam o exemplo do físico, matemático e astrônomo italiano, que viveu no século XV, Galileu Galilei, que por defender a teoria do sistema heliocêntrica, de Nicolau Copérnico, teve que ir a Roma, acusado de heresia, foi obrigado a assinar um decreto do Tribunal da Inquisição, onde declarava que o sistema heliocêntrico era apenas uma hipótese, porque de besta ele não tinha nada. Melhor escapar fedendo que morrer cheiroso. Contudo, em 1632, ele voltou a defender o sistema heliocêntrico e deu continuidade aos seus estudos.

Eu digo estas coisas para que se entenda que, seja uma tese científica, seja um estudo histórico, seja lá o que for que venha a alterar o conhecimento e a ordem vigente, é necessário que se tenha provas muito bem fundamentadas do que se está afirmando. Não é dizendo, “eu penso”, “eu acredito” “eu acho”, que se pode afirmar qualquer coisa em público. É preciso testar, provar.

Mas, atualmente, qualquer um se acha no direito de sair afirmando e publicando coisas a respeito de fatos e personagens históricos, num inexplicável afã de desconstruir a ordem e o conhecimento vigentes. E assim que já se disse que Tiradentes não foi enforcado, que o homem não pisou na lua, que não houve o holocausto, e até que Lampião, o Rei do Cangaço, e Zumbi dos Palmares eram gays.

E todo mundo acredita. Isso é o que mais me impressiona.

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