Em três anos, o índice de partos cesariano no Hospital da Mulher caiu 
13,5% e os normais cresceram 16,5%. Em 2012, nasceram 4.409 crianças na 
unidade hospitalar. Destas, 44% chegaram ao mundo naturalmente. Até 
setembro deste ano, foram registrados 4.393 nascimentos na instituição, 
com 51% dos partos normais.
 A diretora do Hospital da Mulher, Charline Portugal, disse que os 
números são resultados de um trabalho de conscientização que vem sendo 
feito à medida que as mulheres dão entrada no hospital. “Mostramos para 
elas que a cesariana é uma indicação médica e que o normal é o parto 
indicado”. A segunda opção é indicada apenas nos casos de 
impossibilidade de se ter normal. Quando a mãe o bebê correm algum 
risco.
 De acordo com ela, a meta é continuar baixando a quantidade de 
cesarianas no Hospital da Mulher, mostrando as mulheres as vantagens do 
parto normal, principalmente no tocante à sua recuperação pós-parto, bem
 como a diminuição de problemas de saúde para o bebê. “Estudos da 
Organização Mundial da Saúde mostram que o parto cesáreo aumenta em 120 
vezes a possibilidade de que o recém-nascido apresente problemas 
respiratórios e triplica a de morte da mulher”, afirmou Charline 
Portugal.
 Para a OMS, apenas 15% dos partos deveriam ser cesarianos. Mas o Brasil
 é campeão mundial desta modalidade. Em média, 52% das brasileiras optam
 pelo procedimento cirúrgico – o Hospital da Mulher já registra média 
abaixo da nacional. Se levar em contas as cirurgias que são feitas na 
rede particular, a quantidade sobe para 88% dos nascimentos. “A 
conscientização é o medicamento que a gente vai usar contra esta 
epidemia”, diz a diretora.
 As vantagens do parto normal devem ser mostradas já a partir da 
primeira consulta do pré-natal, que são feitas nas unidades de saúde. A 
diretora disse saber que toda mudança de comportamento é lenta, mas que 
deve ser iniciada. O contato com as equipes que fazem o pré-natal é 
maior. “As mulheres argumentam que não querem sentir dor ao parir. É um 
medo que não deve existir”. Os profissionais devem estimular este tipo 
de parto.
 
 
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