sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Espírito Público



“... adeus Campo do Gado/meus Olhos D’Água, adeus/ onde estão teus coronéis?/ Homens de garra e sem dor”.
Carros de Boi – Jorge Magalhães, feirense, jornalista e compositor.


Conta-se que o intendente, coronel Bernardino Bahia, construiu, com recursos do próprio bolso, a praça que leva, com justiça, o seu nome. O professor Áureo Filho, que se elegeu deputado estadual, esteve á frente de diversas lutas para trazer o progresso para Feira de Santana. Entre as coisas pela qual lutou, está aí o Observatório Antares, pertencente à UEFS, um dos poucos no Brasil e único no Norte e no Nordeste. A própria UEFS teve no deputado Áureo Filho um dos seus maiores baluartes.
É lendário o espírito público e empreendedor de João Marinho Falcão que, como prefeito, tirou a cidade do fundo do poço, trazendo progresso e modernidade e, como empresário, fundou até um banco. A cidade deve muito também a João Durval Carneiro. Prefeito, deputado federal, secretário de Estado e governador. Água, energia, pavimentação, esgotos sanitários e pluviais, entre outras obras de infraestrutura, e, principalmente, o Centro Industrial do Subaé. A sua visão futurista, fora do alcance de mentes pequenas, fez com que o chamassem de “louco” quando ofereceu terras e incentivos fiscais para indústrias que quisessem se estabelecer em Feira de Santana.
Eu poderia citar aqui inúmeros notáveis homens, feirenses, natos ou não, dotados de espírito público, ampla visão futurista e mente empreendedora. Mas não sem prejuízo de alguns nomes. Mas não precisa. A população sabe reconhecer os seus beneméritos. O povo, na sua simples, mas eficaz, sabedoria sabe diferenciar quem fala de quem faz.
Amanhã a “Princesa do Sertão” completa 177 anos. Majestosa, como sempre, reinando absoluta na região, segunda maior cidade do Estado. Mas ressente-se da falta de filhos dotados de espírito público. Gente que poderia trazer muitos benefícios para a cidade se retrai, não ajuda e, às vezes, ainda atrapalha. Tudo por conta da politicagem mesquinha, dos interesses individuais, da falta de amor à terra onde vive, trabalha e cria seus filhos.
A maioria das pessoas hoje vive e age como se não houvesse amanhã. Parece que há um desespero no ar, como se o mundo fosse acabar amanhã, o que faria não valer a pena sequer plantar sementes.
Felizmente há, ainda que poucas, pessoas que fazem valer a pena acreditar no futuro. São pessoas que exercem sua cidadania de forma simples e silenciosa, sem estardalhaço, plantando sementes e colhendo frutos que beneficiam diversos setores da sociedade. Sei quem são. Mas querem permanecer assim, no anonimato, e eu tenho que respeitar a vontade delas.
Mas bem que elas deviam deixar transparecer um pouco, nem que fosse apenas para servir de exemplo. De qualquer forma, creio que falando em nome de muita gente, a estas pessoas eu agradeço e peço a proteção de Senhora Santana.

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