sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os malefícios do benefício



“Comerás o teu pão com o suor do teu rosto”. (Gênesis 3,19)

Estive nos últimos dias envolvido com coisas do campo e pude perceber o quanto o homem do campo, apesar das agruras do semi árido, está preparado para produzir e gerar emprego e renda. Vi um apicultor que construiu ele mesmo uma centrifugadora para beneficiar o mel retirado das suas colméias. Com um tonel, solda e criatividade, ele construiu um aparelho que não fica devendo nada aos que são vendidos no mercado, economizando cerca de R$ 2 mil.
Vi também pequenos mecanismos, de construção fácil e barata, capazes de irrigar hortas de pequeno e médio porte, bastando apenas ter à disposição um pequeno manancial de água. Tomei conhecimento também de pequenos projetos para criação de pequenos animais, que podem gerar cerca de R$ 2, 3 ou até 5 mil para os membros de uma família que vive no campo, necessitando apenas que disponham de uma pequena porção de terra.
Por outro lado, vi nas cidades, diversos postos de trabalho desocupados porque falta mão de obra qualificada para ocupá-los. O presidente de um sindicado patronal da indústria, disse-me que estava treinando e capacitando cerca de 300 pessoas para trabalhar nas empresas do seu ramo. Contudo, revelou ele, as pessoas não estavam dispostas a empregar-se sob o regime da CLT (carteira assinada) para não perderem o “benefício” do programa “Bolsa Família”.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana, Conceição Borges, queixa-se da falta de interesse dos trabalhadores rurais em se capacitar, profissionalizar, buscar linhas de crédito para poder agregar valor aos seus produtos da agricultura familiar e, assim, gerar mais renda para suas famílias. A grande maioria só quer produzir o necessário para o consumo diário, e suprir as demais necessidades do dia a dia com o que recebem do governo.
É triste perceber que o brasileiro caminha a passos largos para um regime socialista, onde o cidadão é induzido a não ter ambição, não se interessar em construir ou realizar nada, permanecendo sob o paternalismo do governo que lhe diz o que pode ou não fazer, dando-lhe à mão o que comer e vestir, cuidando dele como um pai cuida de um filho incapacitado.
Ninguém mais quer estudar, trabalhar, produzir, porque o governo do magnânimo Lula, e, quiçá, Dilma, lhes proverá em todas as suas necessidades, não importando o preço que se tenha que pagar por isso. Gente como eu, acostumada a ganhar o pão com o suor do rosto, encarando desafios e vibrando com cada pequena vitória obtida, alegrando-se com cada novo conhecimento adquirido, com cada nova descoberta, parece que não vai ter mais lugar neste país de inválidos e preguiçosos.
Triste! Muito Triste! É só que tenho a dizer

Um comentário:

Alex disse...

Senhor Cristovam, quero lhe apresentar o meu apoio, noto que o senhor é uma das poucas vozes que se ouve a alertar o povo brasileiro contra essa desgraça que se avizinha a nossa sociedade no que se chamaria de idolatria do estado/pai (socialismo).

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