
O Brasil, como maioria dos países latinos, ainda traz muitos
resquícios de regimes militares. E assim sendo combate consequências e não
causas, preferindo proibir do que orientar. Aqui se proíbe tudo. É proibido por
exemplo o trafico e o consumo de drogas. Mas, álcool e fumo são drogas e são
vendidas livremente no mercado. Fala-se muito na violência causada pelo tráfico
de drogas. Mas, ninguém fala que a violência começa a partir da proibição do
consumo de drogas.
A proibição traz distorções como o fato de que para acusar
alguém a polícia precisa apenas colocar alguma droga no carro ou no bolso das
suas vítimas. A depender do caso, um inocente passa a ser um usuário de drogas
ou um perigoso traficante. Fossem a maconha e a cocaína produtos
industrializados, legalizados o traficante seria um respeitável industrial que
gera empregos e paga impostos à Nação.
Querem proibir também a divulgação dos valores dos salários
dos servidores públicos. Alegam os defensores da ideia de que trata-se de uma
medida para preservar a privacidade dos cidadãos que tendo seus salários
divulgados podem ser vitimas de assaltos e sequestros. A verdade é que buscam
apenas encobrir os altos salários pagos indevidamente a quem pouco trabalha,
pouco produz, quando não são funcionários fantasmas.
Proíbe-se dirigir automóveis sob efeito de álcool mas, não
sob o efeito de cocaína ou outra droga mais pesada. Proíbe-se dirigir sem os
cinto de segurança, sem levar em conta a escolha do motorista , no caso, o
único interessado na preservação da sua integridade física. É proibido também
dirigir em alta velocidade, mas, não é proibido fabricar veículos capazes de
ultrapassar as velocidades permitidas.
É vedado também aos menores de idade o trabalho, sob a
alegação de que criança tem que estar na escola. Contudo, como o ensino do
Brasil dá-se apenas em um turno, o moleque tem um turno inteiro para
vagabundear e se envolver com más companhias. Afinal, está longe do olhar
vigilante dos pais que trabalham em dois turnos.
Chamar um negro de negro é crime de racismo. Mas, não é
proibido chamar ninguém de branco, amarelo ou vermelho. E assim, através de leis estapafúrdias vamos
tirando de nós mesmos o grande dom que Deus nos deu que é o Livre Arbítrio, que
nos leva a reflexão e ao uso do bom senso.
Não basta ter o poder, é preciso saber usa-lo. E para tal é
necessário muito conhecimento geral e bom senso. Não podemos agir como o
sujeito que comprou muitos livros porque achava bonito quem tinha conhecimento.
Como os livros não cabiam na altura da sua estante, ele mandou cortá-los.
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