Um homem em
Hyderabad, na Índia, passou a fazer parte de um seleto grupo de indivíduos que
vive com dois corações.
O paciente de 56
anos estava à beira da morte em decorrência de doenças cardiovasculares, quando
um doador compatível foi encontrado – um jovem de 17 anos que havia sofrido
morte cerebral. Quando o coração chegou, porém, uma surpresa desagradável: o
órgão era pequeno demais para bombear sangue pelo corpo consideravelmente maior
do paciente.
Dr. Gopala Krishna
Gokhale, responsável pela cirurgia, falou ao jornal The
Hindu sobre a situação. “O coração do doador era do tamanho de um punho normal
– mas o coração da vítima era do tamanho de uma pequena bola de futebol”,
afirmou. A solução? Realizar um procedimento raro, chamado heterotopia – ou, em
português claro, unir os dois corações. O objetivo era simples: ao invés de
realizar uma substituição, o coração do jovem daria auxílio ao funcionamento do
coração “original”.
Neste tipo de
procedimento, o novo órgão é colocado na cavidade do peito à direita do coração
existente, e as duas artérias esquerdas são fundidas para formar uma câmara
mais larga. A aorta do novo coração, então, é acoplada à aorta existente,
permitindo que as contrações musculares dos dois corações possam bombear sangue
pelo sistema circulatório.
O procedimento foi
realizado pela primeira vez pelo cirurgião cardíaco sul-africano Christaan
Barnard, em 1974 – e até hoje aconteceu apenas cerca de 150 vezes pelo mundo. O
paciente está bem desde que a operação foi realizada – mas seus médicos terão
trabalho dobrado pelo resto da vida: será preciso monitorar dois corações com
batimentos diferentes em leituras de eletrocardiogramas. (Sper Interessante)
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