Bom
rapaz, mas com ideias esquisitas que não combinavam com a educação que lhe dera
seu Virgínio e dona Estela. Formou-se, conseguiu um bom emprego e estava noivo,
mas o seu grande pecado, conforme seu amigo Salatiel, era não gostar de
religião. Tantas vezes já havia sido tentado por gregos e troianos, ou seja -
católicos e protestantes -, e nunca “sucumbira” aos convites de ir a uma
igreja.
Numa manhã, acompanhado de um pastor, Salatiel resolveu fazer a última tentativa de “atrair aquela ovelha para o seu rebanho”. Usando da amizade e intimidade que tinha com a família ingressou no quarto de Reinaldo “Rei”, que dormia o sono dos inocentes. E como tal, foi amordaçado e amarrado para ouvir a pregação do pastor e, a título de expiação, Salatiel, ainda lhe deu uma boa sova para “retirar o maligno dele”.
Fim de semana Salatiel dirige-se à casa de Rei para saber se ele, finalmente, iria ao templo no domingo, o que parecia mais do que certo depois da “terapia doutrinária” aplicada. Resultado, foi expulso à base de empurrões e socos. Domingo, na igreja, com um lado do rosto inchado, Salatiel é questionado pelo pastor: “E o nosso irmão vem?”. “Não, não creio, eu é que nunca mais vou lá, na casa dele!”, mostrando o lado do rosto, machucado. O pastor insiste, “mas irmão, você deve fazer como disse Cristo, oferecer outro lado da face”. E Salatiel decisivo: ”Não, pastor, o irmão Reinaldo bate muito forte!”
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