domingo, 8 de novembro de 2020

Histórias da Princesa

 

Feira de Santana ainda é referência em esportes no interior        

          Feira de Santana sempre foi referência em esportes para todo o interior do Estado. As delegações feirenses sempre foram as mais premiadas nos torneios promovidos pelo amadorismo. A cidade teve o primeiro Campeão Brasileiro de Karaté, Dorival Caribé, um campeão Sul Americano de Halterofilismo, Arístocles Boaventura, entre outros solitários amadores dos esportes que ao longo do tempo se destacaram e saíram do anonimato, colocando o nome de Feira de Santana no alto dos pódios pelo mundo afora. No Futebol, tem o único clube do interior a ganhar dois títulos estaduais, o Fluminense (1963/69), e em 2011 o Bahia de Feira voltou a trazer este título para a cidade.

        

Aristócles Boaventura

A cidade sediava todos os anos os Jogos Abertos do Interior, quando delegações esportivas de todo o estado vinha para participar por uma semana de torneios das mais diversas modalidades esportivas. Nestas ocasiões a cidade fervilhava de turistas e os eventos eram quase todos realizados no Ginásio de Esportes Péricles Valadares, do Feira Tênis Clube. Além da quadra poliesportiva, o clube ainda dispunha de um campo de futebol e cinco piscinas, o que proporcionava as competições de natação e futebol de campo. Na quadra tinha Futebol de Salão, Basquete, Vôlei, Ginástica, e diversas outros esportes. No estádio Joia da Princesa havia as competições de atletismo.

         Mas, o mundo mudou, e com ele o conceito da prática esportiva, que deve ser incentivada a partir da infância, nas escolas, e com o auxílio de técnicos profissionais e dispondo de todas as tecnologias que a ciência atualmente proporciona. Não há mais espaço para lobos solitários. Os candidatos a prefeito de Feira e Santana sempre falam em incentivar os esportes, mas, ainda com conceitos antigos e sem apontar grandes investimentos. Sequer temos uma Secretaria dos Esportes, apenas um departamento dentro de uma secretaria. 

         Alguns candidatos falam em criar tal secretaria e mais espaços de eventos para incentivar a área esportiva e fortalecer o conceito de educação física como instrumento de formação integral dos alunos da rede pública municipal. Implantar um Centro Olímpico, como forma de oferecer treinamento e estrutura para os talentos descobertos na rede esportiva municipal e desenvolver parcerias com Confederações, Federações, Terceiro Setor e Iniciativa Privada, a fim de constituir e manter a Rede Olímpica Municipal, incentivando assim a prática esportiva, não passam de promessas de campanha.  

“Feira de Santana tem 30 anos de atraso no setor esportivo”, afirma o professor Almir Pinto, que é profissional de educação física, formado pela UCSAL, com várias especializações na área esportiva, inclusive fora do País, e que conhece profundamente a realidade de Feira de Santana, pois foi diretor de esportes do município por oito anos. Segundo ele, nas grandes cidades do País já possuem centros de formação e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de crianças dentro do campo esportivo, especialmente no Sul, onde existem escolas com maiores estruturas.

Olimpíadas estudantis

Mais investimentos

“Nas comunidades, nas periferias, estão escondidos tesouros que precisam ser descobertos e moldados, precisam ser trabalhados. O governo precisa disponibilizar recursos, sobretudo pelo fato do Brasil ter sido um fracasso na conquista de medalhas nas Olimpíadas de Londres e do Rio de Janeiro. Almir Pinto afirma que há uma carência de qualificação de técnicos e de gestores. Segundo ele, há uma diferença entre desportista e profissional do esporte. “O gestor tem que ser, sobretudo, um profissional gestor esportivo. O esporte pode ser amador, mas, não significa que a sua gestão tem que ser amadora”. diz.

Centro de Treinamento do Bahia de Feira

Os trabalhos desenvolvidos pela Fundação de Apoio ao Menor em Feira de Santana, com conquistas excepcionais lá fora, com resultados extraordinários, e o Bahia de Feira, na opinião do professor, mostram que capacitação e planejamento com a devida organização, direção e controle, pode trazer resultados efetivos. “Trabalhei com Jodilton Souza, que é um homem organizado, criterioso, que gosta de trabalhar com planejamento e controle. Ele colocou um processo diante da Faculdade Nobre em que não necessitou diretamente de apoio de Prefeitura, governo Federal ou Estadual. Soube implementar suas ações com nível de conhecimento e competências que trouxeram resultados para o Bahia de Feira.

 Esse é um grande exemplo a outros setores da cidade que não possuem o conhecimento, as competências, e cobram diretamente dos governos a falta de apoio. É preciso conhecimento para elaborar um projeto, é preciso técnicas e ciência para captar os recursos necessários para desenvolver um bom trabalho, como não se possui isso, é mais fácil reclamar,” afirma o profissional.

Qualificação


Feira de Santana precisa de um curso de capacitação para técnicos, gestores, no âmbito de suas excelências, voltadas a esses setores, pertinentes a cada ação destas, para que se possa estudar, buscar conhecimento. A cidade ainda é um grande expoente esportivo, ganha torneios, títulos, mas quem protagoniza isso não é o governo do município, é sempre um clube social ou esportivo, alguma academia particular, e não a escola pública. É necessário que o poder municipal passe a protagonizar eventos esportivos, estimular as práticas esportivas nas escolas, porque o objetivo não é ganhar torneios e levantar taças, mas saúde física e mental dos jovens estudantes. A cidade chegou a retomar as Olimpíadas Estudantis, mas até isso não foi adiante.

 

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