Feira de Santana ainda é referência em esportes no interior
Feira de Santana sempre foi referência em esportes para todo o interior do Estado. As delegações feirenses sempre foram as mais premiadas nos torneios promovidos pelo amadorismo. A cidade teve o primeiro Campeão Brasileiro de Karaté, Dorival Caribé, um campeão Sul Americano de Halterofilismo, Arístocles Boaventura, entre outros solitários amadores dos esportes que ao longo do tempo se destacaram e saíram do anonimato, colocando o nome de Feira de Santana no alto dos pódios pelo mundo afora. No Futebol, tem o único clube do interior a ganhar dois títulos estaduais, o Fluminense (1963/69), e em 2011 o Bahia de Feira voltou a trazer este título para a cidade.
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Aristócles Boaventura |
A cidade sediava todos os anos os Jogos Abertos do Interior, quando delegações esportivas de todo o estado vinha para participar por uma semana de torneios das mais diversas modalidades esportivas. Nestas ocasiões a cidade fervilhava de turistas e os eventos eram quase todos realizados no Ginásio de Esportes Péricles Valadares, do Feira Tênis Clube. Além da quadra poliesportiva, o clube ainda dispunha de um campo de futebol e cinco piscinas, o que proporcionava as competições de natação e futebol de campo. Na quadra tinha Futebol de Salão, Basquete, Vôlei, Ginástica, e diversas outros esportes. No estádio Joia da Princesa havia as competições de atletismo.
Mas, o mundo mudou, e com ele o conceito da prática esportiva, que deve ser incentivada a partir da infância, nas escolas, e com o auxílio de técnicos profissionais e dispondo de todas as tecnologias que a ciência atualmente proporciona. Não há mais espaço para lobos solitários. Os candidatos a prefeito de Feira e Santana sempre falam em incentivar os esportes, mas, ainda com conceitos antigos e sem apontar grandes investimentos. Sequer temos uma Secretaria dos Esportes, apenas um departamento dentro de uma secretaria.
Alguns candidatos falam em criar tal secretaria e mais espaços de eventos para incentivar a área esportiva e fortalecer o conceito de educação física como instrumento de formação integral dos alunos da rede pública municipal. Implantar um Centro Olímpico, como forma de oferecer treinamento e estrutura para os talentos descobertos na rede esportiva municipal e desenvolver parcerias com Confederações, Federações, Terceiro Setor e Iniciativa Privada, a fim de constituir e manter a Rede Olímpica Municipal, incentivando assim a prática esportiva, não passam de promessas de campanha.
“Feira de Santana tem 30 anos de atraso no setor esportivo”, afirma o professor Almir Pinto, que é profissional de educação física, formado pela UCSAL, com várias especializações na área esportiva, inclusive fora do País, e que conhece profundamente a realidade de Feira de Santana, pois foi diretor de esportes do município por oito anos. Segundo ele, nas grandes cidades do País já possuem centros de formação e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de crianças dentro do campo esportivo, especialmente no Sul, onde existem escolas com maiores estruturas.
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Olimpíadas estudantis |
Mais investimentos
“Nas comunidades, nas periferias, estão escondidos tesouros que precisam ser descobertos e moldados, precisam ser trabalhados. O governo precisa disponibilizar recursos, sobretudo pelo fato do Brasil ter sido um fracasso na conquista de medalhas nas Olimpíadas de Londres e do Rio de Janeiro. Almir Pinto afirma que há uma carência de qualificação de técnicos e de gestores. Segundo ele, há uma diferença entre desportista e profissional do esporte. “O gestor tem que ser, sobretudo, um profissional gestor esportivo. O esporte pode ser amador, mas, não significa que a sua gestão tem que ser amadora”. diz.
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Centro de Treinamento do Bahia de Feira |
Os trabalhos desenvolvidos pela Fundação de Apoio ao Menor em Feira de Santana, com conquistas excepcionais lá fora, com resultados extraordinários, e o Bahia de Feira, na opinião do professor, mostram que capacitação e planejamento com a devida organização, direção e controle, pode trazer resultados efetivos. “Trabalhei com Jodilton Souza, que é um homem organizado, criterioso, que gosta de trabalhar com planejamento e controle. Ele colocou um processo diante da Faculdade Nobre em que não necessitou diretamente de apoio de Prefeitura, governo Federal ou Estadual. Soube implementar suas ações com nível de conhecimento e competências que trouxeram resultados para o Bahia de Feira.
Esse é um grande exemplo a outros setores da cidade que não possuem o conhecimento, as competências, e cobram diretamente dos governos a falta de apoio. É preciso conhecimento para elaborar um projeto, é preciso técnicas e ciência para captar os recursos necessários para desenvolver um bom trabalho, como não se possui isso, é mais fácil reclamar,” afirma o profissional.
Qualificação
Feira de Santana precisa de um curso de capacitação para técnicos, gestores, no âmbito de suas excelências, voltadas a esses setores, pertinentes a cada ação destas, para que se possa estudar, buscar conhecimento. A cidade ainda é um grande expoente esportivo, ganha torneios, títulos, mas quem protagoniza isso não é o governo do município, é sempre um clube social ou esportivo, alguma academia particular, e não a escola pública. É necessário que o poder municipal passe a protagonizar eventos esportivos, estimular as práticas esportivas nas escolas, porque o objetivo não é ganhar torneios e levantar taças, mas saúde física e mental dos jovens estudantes. A cidade chegou a retomar as Olimpíadas Estudantis, mas até isso não foi adiante.
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