quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A Fé que cura
“Vê! A tua fé te curou”. Assim falou Jesus depois de curar um cego que lhe implorara por cura, conforme este escrito no capítulo 18 do Evangelho de São Lucas. Curas espirituais estão na moda. Pessoas que nunca deram bolas para Deus, que sempre se dedicaram as coisas materiais em detrimento das coisas espirituais, ao contraírem uma grave doença buscam a cura através do mundo espiritual.

Eu não estou aqui falando de espiritismo nem de nenhuma religião, mas sim, de fé. Como pode um individuo que passou a vida acumulando bens e poder, sem sequer nunca ter pisado num templo religioso, quando muito balbuciando alguma oração decorada na infância, mas sem saber o que está dizendo, esperar ajuda do mundo espiritual?

A misericórdia divina é grande, e estas pessoas podem mesmo ser curadas pelo perdão de Deus. Mas, na maioria dos casos creio que vão sofrer muito e morrer de forma dolorosa, até porque o sofrimento faz parte do aprendizado e do crescimento da alma.

O ator Reynaldo Gianecchini, que recentemente contraiu um câncer, buscou cura espiritual (além da medicinal, é claro), e deu uma declaração em que foi muito feliz: “O tratamento espiritual não é necessariamente a cura da doença, mas, sim, a cura do medo”. – disse ele.

Antes da cura da enfermidade em si, o indivíduo sem fé deve antes ser curado do seu medo da morte. A pessoa espiritualizada sabe que desde que nascemos a única certeza que temos na vida é de que um dia vamos morrer. É imperativo. Não há alternativas. Aqueles que crêem na imortalidade da alma, não têm medo da morte. Mas quem passa a vida cuidando das coisas materiais, tem um medo danado de morrer.

E aí, quando se sentem ameaçados pela Parca buscam, desesperadas, apoio do mundo espiritual. E aí se ajoelham, rezam, imploram e fazem promessas, como se fosse possível barganhar com Deus. Não! Não é um comércio. Não adianta fazer promessas na base do toma lá dá cá. A morte do corpo, o envelhecimento e consequente falência da matéria é inexorável.

O melhor a fazer é buscar uma mudança de atitude, cuidar melhor do espírito e não ter medo de morrer. Até porque não adianta nada ter medo, pelo contrário, isso só aumenta o sofrimento.

Conheço muita gente (aliás, a história é rica desses casos) que em determinado momento de suas vidas perceberam a inutilidade das lutas, das guerras, das conquistas, do poder, e passaram a buscar uma melhor qualidade de vida, sem estresses, com mais simplicidade e tolerância, mais paz para o corpo e para o espírito

Viver bem é aproveitar cada momento da vida, confiando em Deus que o dia de amanhã cuidará de si mesmo e aproveitar o dia de hoje. Como disse Almir Satter: “Conhecer as manhas e as manhãs/o sabor das massas e das maçãs/é preciso amor, para poder pulsar/é preciso paz, pra poder sorrir/é preciso chuva, para florir”.

Tenhamos todos um dia de muita paz, amor e saúde.

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