Não
existe vento favorável
Sêneca
foi um contemporâneo de Jesus, um dos mais célebres advogados, escritor e
intelectual do Império Romano.
Se
Sêneca estivesse aqui, encarnado entre nós, ia perceber que uma boa parte desses marinheiros que navegam sobre nosso
planeta, se sente o “Senhor dos ventos” e renegam informações de como içar
velas e definir rotas enquanto navega encarnado na dimensão terrena.
A reencarnação tem alguns contrapontos
interessantes. Se várias pessoas quisessem narrar suas trajetórias existenciais
apenas estariam nos mostrando que a Lei da Reencarnação não é nenhum código
rígido. Ela é dinâmica, pode acontecer de várias formas, mas sempre norteada e
estabelecida pelo próprio navegante.
A Lei da Reencarnação não é promoção aos
que foram bonzinhos e nem revanche dos perdedores e lesados.
A Lei da Reencarnação pode ser a chance de um navegante refazer sua rota
nos mares da vida material.
A Lei da Reencarnação não é nenhuma
carta de crédito que se deixa em mãos de herdeiros para um resgate futuro.
O objetivo da Reencarnação não é
facilitar a ninguém a renascer entre os mortais e sim, ajudar a quem interessar
possa, entender que essa história de morte é um paradigma cultural.
Os terráqueos se acostumaram tanto com
esse paradigma irracional conhecido por morte que este até passou a ser uma
verdade científica e absoluta.
Quantos ex-companheiros de jornada
terrena retornam ao palco existencial com uma rota pré-estabelecida: “somar numerários e bens como se fosse
possível, ao retornar a pátria espiritual, usar esses recursos para se tornar
os grandes empreendedores do além”.
Alguém pode contrapor; “-mas ninguém
pensa assim”. Se ninguém pensa assim então como explicar os conchavos existenciais?
Como explicar porque quase todos os ensinamentos terrenos são voltados para captação
de recursos financeiros? Ninguém consegue pegar água na fonte se não conseguir
antes um vasilhame.
Um marinheiro reencarnante, geralmente é
orientado a içar suas velas culturais na direção onde o bom retorno financeiro
seja o vento favorável. Há um consenso, quase geral, que a evolução de um
espírito se mede pelos recursos que este conseguiu amealhar em sua trajetória
terrena.
Até aqui, tudo bem, mas como explicar porque
muitos doutores, mestres e administradores de fortunas do passado, hoje, não
passam de marujos fazendo papel de simples tripulantes de naus alheias em
missões que outrora eles renegavam?
Esse texto cheio de perguntas e poucas respostas talvez esteja querendo mostrar
que, acima de tudo, é preciso perguntar.
Pergunte para você mesmo: “- se espíritos são imortais que vivem em mundos
e cidades espirituais, o que você está fazendo aqui na Terra?”.
Pergunte também: “- se Deus é
perfeito, a causa primária de todas as coisas, tudo que ele faz é perfeito,
então porque a sua obra prima (você) busca a perfeição através da reencarnação?”.
Se você defende a teoria evolucional do macaco ou que no universo não
existe vida além da raça humana, então, não precisa perguntar nada.
Conrado Dantas
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