É comum vermos
pessoas em peregrinações entre clínicas, religiões, centros terapêuticos, etc,
tentando corrigir distorções nos planos social, familiar ou de saúde.
O ser humano
tem a mania de, para cada erro, procurar um culpado. No plano sócio-econômico ele
sempre acha que se tivesse recebido ajuda, na hora certa, a coisa seria diferente.
No plano
familiar ele só culpa a si próprio quando não tem mais ninguém para por na mira.
No plano de saúde ele fica quietinho e não é pra menos, pois se ele for
procurar um culpado, o único que vai se apresentar é ele próprio.
Até nos casos acidentais,
os responsáveis são os patrocinadores do evento. Os acidentados são meros
coadjuvantes que foram atingidos pelas cobranças da Lei do Karma.
Parece exagero,
pois vendo as coisas desse ângulo, parece que tudo na vida é carta marcada e
que a lei da evolução só existe no plano da botânica e da zoologia. Nunca no
plano espiritual.
Muito se fala
do passado, presente e futuro. Todo presente, em algum momento, já foi passado.
Toda madeira, no passado, já foi árvore, no presente, manufaturado, mas no
futuro poderá alimentar lixões, adubar a terra ou promover incêndios.
Assim é o
futuro, uma realidade incerta que é plantada por nós, semente por semente, árvore
por árvore.
Tudo que temos,
antes de ganhar forma material, começou a existir em vidas passadas, em nossas
dimensões akáshicas. O cenário existencial, cores e textura até podem ser
visitados por viajantes do tempo, mas dentro de uma projeção flutuante e nunca
definitiva.
Quando mandamos
uma criança para escola, estamos começando a plantar o seu futuro. Cada hábito
salutar, cada atitude de respeito, hierarquia familiar e social representam as sementes
que, um dia, farão parte da floresta, “o futuro dessa criança”.
Os bons hábitos
sociais, as boas falas, os bons pensamentos, as tradições culturais e
alimentares também fazem parte das sementes que irão germinar nossa benigna
floresta do futuro ou aquele matagal que poderá ser transformado em “sarsa ardente”.
Um mendicante
da saúde o é assim porque foi esse o futuro que ele plantou no seu passado e
agora este se tornou o seu presente. Se essa pessoa pudesse voltar ao passado e
mudar o futuro que estava sendo plantado, o presente que ele vive agora seria diferente.
Mesmo
remediando o presente, o futuro continuará intacto, pois ele pertence ao
passado que foi plantado. Ao se aproximar o crepúsculo, o plantador do futuro,
como um náufrago em desespero, se agarra em alguma “tábua de salvação”.
Qualquer apego
religioso, principalmente aqueles que não lhe exigem reflexões, são as “tábuas
de salvação” mais procuradas. Ao chegar do outro lado, começam as decepções e
os planos para as devidas correções. O problema é que, quem decide sua nova
reencarnação é sua floresta do futuro que continua plantada, no passado, em
seus registros akáshicos.
Você pode se
beneficiar das árvores plantadas em seu pomar ou se queimar em sua própria
“sarsa ardente”.
Conrado Dantas
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