O texto a seguir circula
pela internet há algum tempo, como sendo de autoria de Miriam Goldenberg. Ele
tem sido reproduzido e enviado por e-mail para inúmeras pessoas. Existe até uma
versão musical no Youtube. Contudo, ao final do post há uma explicação da própria
Miriam sobre o mesmo. Com ou sem assinatura, acho o artigo interessante e até
me enquadro nele. Leia e opine.
“Se estivermos atentos, podemos notar que
está surgindo uma nova faixa social, a das pessoas que estão em torno dos
sessenta/setenta anos de idade, os sexalescentes- é a geração que rejeita a
palavra “sexagenário”, porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se
envelhecer.
Trata-se de uma verdadeira novidade
demográfica – parecida com a que, em meados do século XX, se deu com a
consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa de jovens
oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem
como vestir-se.
Este novo grupo humano, que hoje ronda os
sessenta em diante, teve uma vida razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes, que
trabalham há muitos anos e que conseguiram mudar o significado tétrico que
tantos autores deram, durante décadas, ao conceito de trabalho. Que procuraram
e encontraram há muito a atividade de que mais gostavam e que com ela ganharam
a vida.
Talvez seja por isso que se sentem
realizados… Alguns nem sonham em aposentar-se. E os que já se aposentaram gozam
plenamente cada dia sem medo do ócio ou solidão. Desfrutam a situação, porque
depois de anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, fracassos e
sucessos, sabe bem olhar para o mar sem pensar em mais nada, ou seguir o vôo de
um pássaro da janela de um 5.º andar….
Neste universo de pessoas saudáveis,
curiosas e ativas, a mulher tem um papel destacado. Traz décadas de experiência
de fazer a sua vontade, quando as suas mães só podiam obedecer, e de ocupar
lugares na sociedade que as suas mães nem tinham sonhado ocupar.
Esta mulher sexalescente sobreviveu à
bebedeira de poder que lhe deu o feminismo dos anos 60. Naqueles momentos da
sua juventude em que eram tantas as mudanças, parou e refletiu sobre o que na
realidade queria.
Algumas optaram por viver sozinhas, outras
fizeram carreiras que sempre tinham sido exclusivamente para homens, outras
escolheram ter filhos, outras não, foram jornalistas, atletas, juízas, médicas,
diplomatas… Mas cada uma fez o que quis: reconheçamos que não foi fácil, e no
entanto continuam a fazê-lo todos os dias.
Algumas coisas podem dar-se por
adquiridas. Por exemplo, não são pessoas que estejam paradas no tempo: a
geração dos “sessenta em diante”, homens e mulheres, lida com o computador como
se o tivesse feito toda a vida. Escrevem aos filhos que estão longe e até se
esquecem do velho telefone para contatar os amigos – mandam e-mails com as suas
notícias, ideias e vivências.
De uma maneira geral estão satisfeitos com
o seu estado civil e quando não estão, não se conformam e procuram mudá-lo.
Raramente se desfazem em prantos senti- mentais.
Ao contrário dos jovens, os sexalescentes
conhecem e pesam todos os riscos.
Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflete, toma nota, e parte para outra…
Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflete, toma nota, e parte para outra…
…
Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do esporte, ou dos que
ostentam um terno Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de
um modelo. Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, de uma
frase inteligente ou de um sorriso iluminado pela experiência.
Hoje, as pessoas na década dos sessenta em
diante, como tem sido seu costume ao longo da sua vida, estão estreando uma
idade que não tem nome. Antes seriam velhos e agora já não o são. Hoje estão de
boa saúde, física e mental, recordam a juventude mas sem nostalgias parvas,
porque a juventude ela própria também está cheia de nostalgias e de problemas.
Celebram o sol em cada manhã e sorriem
para si próprios…Talvez por alguma secreta razão que só sabem e saberão os que
chegam aos 60/70 no século XXI!”
Veja o que diz Miriam Goldenberg:
Tenho
recebido muitas mensagens com elogios a “Sexalescentes”. Só que nunca escrevi
tal texto.
É
verdade que algumas ideias são semelhantes às que tenho apresentado em meus
artigos. Mas, ao contrário do autor (ou autora?) de “Sexalescentes”, gosto da
palavra “velho” e acho importante usá-la justamente para combater o estigma que
cerca a velhice. Também gosto de usar “ageless”, “sem idade” e “inclassificáveis”
para me referir aos que estão inventando uma forma mais feliz de experimentar o
envelhecimento. Chamo as mulheres mais velhas de “coroas poderosas”.
É
muito estranho ver o meu nome em um texto que não é meu. Mais estranho ainda é
receber elogios por algo que nunca escrevi.
Algum
leitor sabe de quem é a ideia de “Sexalescentes”? Se sim, peça para ele (ou
ela?) sair do armário e assumir a autoria.
Aposto
que o texto foi escrito por uma “coroa poderosa”. E você?
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