Tempestades, ondas grandes, fortes e congelantes e, ao
fundo, a aurora boreal. Esse é o cenário visitado por um grupo de
surfistas na costa norte da Islândia, acompanhado pela câmera do
cineasta e fotógrafo americano Chris Burkard.
O resultado foi o
documentário 'Under an Arctic Sky', exibido no Festival de Tribecca, em
Nova York. Entre os destaques do filme, estão imagens do surfista
americano Timmy Reyes surfando sob a aurora boreal e a história do
primeiro surfista profissional da Islândia, Heidar Logi, que diz ter
encontrado uma "razão" de vida graças ao esporte.
Diagnosticado
com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ainda na
infância, ele não sabia como expressar tanta energia e acabou
descobrindo o caminho para isso por meio do surfe.
"O surfe para mim é a melhor coisa", diz. "Mudou absolutamente a minha vida".
O
TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, caracterizado
por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade. Aparece
na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida, segundo
informações do Ministério da Saúde do Brasil.
Para Heidar Logi a
sensação era de que iria "explodir" se não pusesse aquela energia para
fora. Aos seis anos de idade, ele chegou a ter, inclusive, pensamentos
suicidas por causa disso.
"Não é o tipo de pensamento que uma criança deveria ter", diz. "Mas com tanta energia comecei a ficar deprimido".
O
islandês descobriu o surfe aos 15 anos e isso melhorou o seu TDAH. Ele
pratica o esporte sob frio intenso, em meio a muita correnteza e a ondas
grandes e fortes.
A atuação profissional começou há dois anos. A
prática, diz ele, é cheia de vantagens. "Depois de um bom dia de surfe
você fica completamente exausto e aquela sensação de ter gastado tanta
energia e de estar tão cansado é exatamente o que eu amo no surfe".
BBCBrasil - (Material cedido por Chris Burkard/Massif/Sweatpants Media)
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