Futebol brasileiro. Uma morte anunciada

  

A Rede Globo de Televisão vem ao longo de algumas décadas matando o futebol brasileiro, e só Deus sabe com quais interesses. Com a conivência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que tem um ex-presidente preso e o atual impedido de deixar o País, porque se o fizer vai em cana também, a emissora dita todas as regras e a CBF obedece (Deve ter muita grana rolando). Eliminada a concorrência, ela empurra goela abaixo do povo sua programação idiotizante, em prejuízo da saúde, da moral e dos bons costumes, entre outras coisas.

            Não se concebe que, por exemplo, jogos realizados em dias úteis sejam iniciados às 10 horas da noite. É claro que trabalhadores, pessoas de bem, que precisam acordar cedo, não vão aos estádios, pois no retorno só estariam em suas casas depois da meia noite, expondo-se ao grande risco de assaltos. Conclui-se então que a grande maioria do público presente nos estádios à noite é composta por desocupados, vagabundos e bandidos.

            Os aficionados pelo futebol que preferem ficar em casa, quase sempre têm de assinar canais fechados se quiserem assistir aos jogos, o que tende mais dinheiro para a emissora. E o trabalhador, que não tem dinheiro para pagar a exorbitância dos valores cobrados, só tem duas escolhas: Ouvir a transmissão pelo rádio ou se arriscar indo ao estádio. E para quem precisa acordar cedo, dormir cedo é quase uma imposição, se não quiser passar o dia sonolento e arriscando-se a acidentar-se no trabalho.

            O resultado prático disso é visível. Encolheram os estádios para dar impressão de casa cheia, e um público de 15 a 29 mil pessoas já é casa quase lotada, para nós que vimos e participamos de plateias com 100, 150 ou até 200 mil pessoas como foi a final da Copa de 50 no Maracanã. Para nossa sorte, a morte do fundador Roberto Marinho disparou uma briga de foice no escuro entre os herdeiros, e a Rede começa a se desfazer e a perder poder. Deverá ser vendida, só não se sabe se inteira ou aos pedaços.

            Para mim pouco importa. Nordestino que sou sempre me senti humilhado, espezinhado, discriminado pela Globo, e quando o Esporte Interativo assumiu as transmissões da Copa do Nordeste, fiquei feliz. Quiçá alguma outra emissora compre também os direitos dos Estaduais nordestinos, e possamos ter a possibilidade de ir aos estádios em horários decentes ou impossibilitados de ir aos estádios não tenhamos que pagar fortunas para ver os jogos dos nossos times do coração.

            Falando em números, como sou quase impossibilitado de sair à noite, pago R$ 10,00 por mês ao Esporte interativo para ver os jogos da Copa do Nordeste. Um valor infinitamente menor do que cobram os canais da Globo para ver jogos que não me interessam.

            Esses são apenas alguns aspectos que apontam como a Globo está matando o nosso futebol. Querem um exemplo? Porque todos os titulares da Seleção Brasileira jogam no exterior? Pensem nisso. Mas, pensem por vocês mesmos, não fiquem ouvindo o que os outros estão dizendo. Depois eu falo sobre esse e outros golpes contra o nosso futebol.