quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Histórias da Princesa

 Dando prosseguimento a Histórias de Feira de Santana falamos hoje sobre a pecuária que, embora tenha perdido força, ainda representa muito na economia de Feira de Santana e Região.

Pecuária resiste e ainda pesa na economia do Município


Feira de Santana nasceu do comercio de gado. A Fazenda Santana dos Olhos D’água era pousada obrigatória para os vaqueiros que traziam os rebanhos oriundos de Mundo Novo, Baixa Grande e até do Piauí para o mercado de Salvador. Por conta disso, no local surgiu um comercio, uma feira-livre, que deu origem à cidade cuja economia até meado dos anos 80 era baseada na criação e comércio de gado bovino. A cidade cresceu, se industrializou, e o gado perdeu força na economia local. Mas ainda é uma atividade forte.

“A Pecuária ainda representa muito na economia de Feira de Santana e Região”. A opinião é do pecuarista Wilson Pereira, ex-secretário municipal de Expansão Econômica, que cuidava das coisas do setor antes da criação de uma Secretaria apropriada e exclusiva para o setor Agropecuário. “Não se tenha dúvida de que ainda é uma atividade muito forte no Município, apesar da escassez de chuvas que atrapalha o seu desenvolvimento”, disse ele. “Em todo lugar do País tem frigorífico, que compra o boi da região e distribui nacionalmente e até envia para o exterior. A concorrência é muito grande”, acrescenta.

Porém, Feira de Santana está situada na porta do sertão, e a maior parte do seu território fica na região do semiárido baiano. Pereira revela que no passado já ficou até mais de seis meses sem chover, e os pecuaristas tiveram grandes prejuízos, dando ração ao gado. Em tempos assim, o trabalho é grande, pois o pecuaristas, além de arcar com o custo da ração, tem que usar a criatividade e buscar alternativas que ajudem a amenizar a falta de capim novo, apelando para a fenação, pastoreio rotacionado, e outros truque e manejos que ajudam a atravessar os períodos de estiagem. Some-se a isso o trabalho durante o ano inteiro para abrir e manter aguadas, fazer poços artesianos, e tudo o que for possível para preservar, captar e armazenar água para os animais e para as pessoas que trabalham nas fazendas.

Há muito que se descobriu que não se pode combater a seca, mas conviver com ela. E para tanto surgiram muitas tecnologias de manejo de gado e gerenciamento de fazendas, mas, embora não perca muito gado com as estiagens, a criação fica muito onerosa.


Todo o gado de Feira e Região é abatido no município ou nos frigoríficos de Salvador. Chega gado de todo lugar para ser abatido, até mesmo da longínquoa Barreiras. Afora a escassez de chuvas, que é típica do clima da região, o que mais prejudica os pecuaristas são eles mesmos, pela falta de união. Eles tinham a Cooperfeira, uma cooperativa que reunia cerca de 700 pecuaristas, e foi está extinta.

 Sem representatividade

A pecuária baiana foi descoberta quando o governo resolveu tocar projetos para o semiárido. O governo emprestava dinheiro a juros de 7% ao ano, com doze anos de prazo para pagar e cinco anos de carência. Quando vinha a estiagem, as representações políticas da cidade intervinham e se conseguia redução de juros, prorrogação de prazo, ações que efetivamente socorriam os pecuaristas. Feira de Santana já teve até cinco deputados federais, desde o final do século passado flutua entre um e dois representantes na Câmara Federal. Isso enfraqueceu o Município, que não tem força para reivindicar nada.

 

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