Fico sabendo que, no Japão, as únicas pessoas que não se curvam diante do Imperador, são os professores. Faz todo sentido. Afinal, foram os professores que formaram o Imperador. A isso chama-se respeito. No dia 5 passado, foi o Dia Internacional do Professor, e eu não vi nenhuma referência, notícia, sobre comemorações, nada alusivo à data. A isso eu chamo de desrespeito. Eu cheguei a fazer dois anos do curso de Letras na UEFS, mas desisti porque, entre outras razões, eu jamais iria ser o professor que eu desejava ser, com os rumos que a Educação tomou no Brasil. A escola pública hoje deseduca e não ensina nada. Quem quer aprender alguma coisa e seguir uma profissão, se não puder pagar uma escola particular, tem pouquíssimas chances de ser bem sucedido na sua intenção. Eu iria preencher muitas páginas para falar de tudo que está errado no Brasil, a respeito da Educação. Mas basta citar o desrespeito pelos professores, o descaso governamental para com o aprendizado de crianças e adolescentes, e o cabide de emprego para vagabundos em que se transformou o Ministério da Educação.
Heroína
Na manhã de 5 de outubro de 2017, na creche Gente Inocente, em Janaúba, Minas Gerais, o vigia noturno da escola, Damião Soares dos Santos, invadiu a sala de aula portando um recipiente com combustível e ateou fogo às instalações, em várias crianças e em si mesmo. A professora Heley Batista protegeu as crianças. Dez crianças morreram, e, também o autor do ataque, totalizando quatorze mortos. Após o velório, o caixão com o corpo da professora foi colocado em uma viatura do Corpo de Bombeiros e levado em cortejo pelas ruas da cidade até o Cemitério São Lucas. A professora recebeu, “pós mortem”, as seguintes homenagens: Ordem Nacional do Mérito; Nome em rodovia (foi dado o nome da professora à rodovia entre João da Ponte e Francisco Sá, em Minas Gerais); Medalha da Inconfidência (Honraria do governo de Minas Gerais). Nada disso consola a perda dos seus familiares e amigos, mas os pais das crianças salvas nunca esquecerão de uma professora que honrou a sua profissão dando a vida pelos seus alunos. Não podemos esquecer dos nossos heróis.
15 Dias
Tem circulado nas redes sociais um vídeo de Rolando Boldrin, (15 Dias), com previsões sobre os efeitos da pandemia, atribuído a psicografia por parte de um “espírito de luz”. Muita gente entendeu que em 15 dias tudo estaria resolvido. A mensagem, é claro, não é de nenhum espírito, mas de alguém que partindo da alusão aos 14 dias que a doença leva para se manifestar, temos aí um período de isolamento que nos remete a profundas reflexões sobre como estamos vivendo, revisando conceitos e valores, e todo esse tipo de coisas. Tudo potencializado pelo medo da morte que pode estar a caminho. A pandemia não vai sumir de repente por uma ação divina, mas o mundo certamente jamais será o mesmo. Nós não seremos os mesmos.
O muro caiu com o pastor em cima
Candidato de partido nanico é igual jogador de time pequeno. Terminada a temporada, ele fica à espera de alguma proposta melhor para se decidir onde vai jogador. Com o deputado feirense Pastor Tom foi assim. Ele esperou tanto para se decidir para onde ia que, quando chegou a hora, ele não estava filiado a nenhum partido, embora se diga do PSL que o tem como um dos seus quadros (Freud explica?) Esta semana o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou o óbvio, a cassação do mandato do deputado. A decisão foi favorável ao recurso ajuizado pelo Ministério Público Eleitoral, contra expedição de diploma. A ação tem como base a ausência do preenchimento da exigência de filiação partidária quando da candidatura, assim como o não comunicado oficial de mandato eletivo pré-existente, à época, exercido pelo parlamentar.
Trapalhão arrogante
O deputado Pastor Tom é conhecido pelas suas trapalhadas e arrogância. Passa o tempo todo “fazendo doce”, ameaçando tirar o seu apoio a uma liderança maior, ou determinado grupo político, pensando em chamar a atenção sobre si e causar barulho suficiente para aparecer na mídia e mostrar o quanto ele é “importante”. Sua última trapalhada foi para cima do pobre Fluminense de Feira, sempre usado por políticos, do qual ele conseguiu a proeza de ser eleito presidente do clube sem entender nada de futebol nem de gestão esportiva. Pior ainda, ameaçou contratar o ex-goleiro Bruno, que matou a mãe de seu filho e escondeu o corpo. Tudo com a única intenção de chamar a atenção sobre si mesmo. Agora recebeu o que merece.
Dica musical
Minha dica musical para hoje, na semana em que se comemora o Dia Internacional do Professor, To Sir With Love, canção interpretada por Lulu, uma das atrizes protagonista do filme, Ao Mestre com Carinho, com Sidney Poitier no papel principal. Eu creio que muitos adolescentes se sentiram impulsionados a abraçar o magistério inspirados por aquele filme. Até eu. Mas, infelizmente, a realidade no nosso País já não oferecia as condições necessárias para um professor se sentir orgulhoso e feliz. Mas vale a pena ouvir e recordar cenas daquele belo filme. Confira no vídeo.
Philosopher
“Quanto mais a gente ensina, mais aprende o que ensinou” (sabedoria popular)
Eu já tive essa experiência na prática, tanto daqui pra lá quanto de lá pra cá. Já ensinei alguma coisa para alguém que acabou fazendo melhor que eu, quanto eu também aprendi coisas e fiz melhor do que quem me ensinou. Pobre daquele que pensa que sabe tudo e que não há mais nada a aprender. Talvez tenha se dado por satisfeito, e resolvido ocupar seu tempo em outros aprendizados. Isso é bom. Mas, cruzar os braços, cair no ócio e se recusar a aprender coisas novas, isso é péssimo. É indescritível a minha alegria e satisfação quando aprendo algo novo ou quando descubro maneiras melhores de fazer algo que sei fazer. Com muitas pessoas eu creio que seja assim também. Mas é triste saber que a grande maioria simplesmente cruza os braços. É como desistir de viver. Triste. Muito triste.
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Por hoje é só que agora eu vou ali ver se aprendo uma maneira nova de agradar minha mulher.
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