A educação é a maior ferramenta de desenvolvimento, avanço social, e realização pessoal, existente. Por isso mesmo, é assustador ler o Relatório do INAF- Indicador de Alfabetismo Funcional, do Instituto Paulo Montenegro, de 2018, sobre a educação brasileira. O levantamento é realizado desde 2001, em todo país, e analisa dois domínios: letramento e numeramento. Os domínios são divididos em categorias de acordo com o grau de conhecimento: analfabeto, rudimentar, elementar, intermediário e proficiente.
O estudo mostra que 8% dos brasileiros ainda são analfabetos, número que vem caindo. Dos alfabetizados, 22% estão no estágio rudimentar, 34% no elementar, 25% no intermediário, e 12% no proficiente. O dado mais assustador, no entanto, é que 29% dos brasileiros são analfabetos funcionais, ou seja, 3 em cada 10 brasileiros, tem muita dificuldade para fazer uso da leitura, escrita, e operações matemáticas. Os dados mostram que desde 2009 há uma estagnação no percentual de brasileiros que poderiam ser considerados alfabetizados, ainda que nesse período tenhamos dobrado (de 8% para 17%) a proporção dos que chegam, concluem, ou superam, o ensino superior.
Apenas 45% dos indivíduos que chegaram ao ensino médio situam-se nos dois níveis mais altos das escalas de alfabetismo, mostrando que o fato de frequentar escola não assegura que tenham suficientes habilidades para fazer uso de leitura e escrita. Quanto aos que concluíram o ensino superior 96% são considerados funcionalmente alfabetizados, mas apenas 34% alcançaram o nível Proficiente, mostrando o abismo universitário.
O relatório mostra que em 1 em cada 4 trabalhador brasileiro (25%) pode ser considerado analfabeto funcional. Essa proporção é ainda mais alta entre desempregados que procuram o 1º emprego: enquanto 46% dos analfabetos estão trabalhando este índice chega a 71% nos proficientes. Esse dado mostra quanto é perverso a falta de uma educação qualificada, para o o trabalhador, pois, ele estará condenado a limitação de oportunidades, empregos menos qualificados, e rendimentos menores, perpetuando um ciclo de carência.
Todos os países do mundo que avançaram, como os Tigres Asiáticos, o fizeram através da educação. Ela garantiu mão de obra qualificada, em um mundo que passa por profundas mudanças tecnológicas na oferta de emprego, e reduziu a dependência das commodities.
Já a educação que finge que ensina é uma fraude, uma violência contra o cidadão que precisa da rede pública, e que é enganado com o que lhe é ofertado, pois, sequer sabe avaliar se seus filhos estão recebendo uma educação que realmente seja capaz de produzir mudanças sociais.
A educação que o país oferece é arcaica, eivada de vícios, comprometida com equívocos, cara, e ineficiente, em sua maioria. É uma educação que deveria salvar, mas apenas amputa e mutila.
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