Atualmente distribuído em nove atuantes clubes, o movimento rotário em Feira de Santana tem uma história rica
Contribuição decisiva para o funcionamento do Hospital D. Pedro de Alcântara, criação da Escola Rotary, implantação do monumento a Maria Quitéria e do Relógio do Rotary, campanha para erradicação da poliomielite, gestões pró-implantação do Presídio Regional e inúmeras ações sociais marcam os quase 84 anos do Rotary Clube de Feira de Santana.
Atualmente distribuído em nove atuantes clubes, o movimento rotário em Feira de Santana tem uma história rica, pontilhada de importantes ações pró-comunidade, que caminha para comemorar 84 anos de existência. O Rotary Clube, organização internacional atuante em 219 países, surgiu em 1905, idealizado pelo advogado norte-americano Paul Harris, propondo uma instituição capaz de reunir integrantes de diversas profissões para servir à sociedade. Em Feira de Santana, o Rotary foi instalado oficialmente no dia 12 de outubro de 1941, durante evento realizado na Sociedade Filarmônica 25 de Março, tradicional e secular entidade, sediada na Rua Conselheiro Franco, centro da cidade, precedido de sessão de fundação no dia 10 do mesmo mês. Todavia, a reunião que definiu a criação da entidade ocorreu anteriormente, em 30 de setembro de 1941, na residência do destacado comerciante João Marinho Falcão.
O governador do Distrito 27, Plínio Leite, falou na abertura dos trabalhos, que contaram com a presença da diretoria do Rotary Clube de Cachoeira/São Félix. João Marinho Falcão, que depois viria a ser prefeito do município entre 1955 e 1959, foi eleito o primeiro presidente da instituição, com a diretoria formada ainda por: Gonçalo Alves Boaventura (vice-presidente), Áureo de Oliveira Filho (1º secretário), Usvaldo Marinho Barbosa (2º secretário), Luiz Azevedo (tesoureiro), Rodolpho Balalai de Carvalho (diretor de protocolo) e Eduardo Froes da Motta (diretor sem pasta).
Portanto, oficialmente fundado em 10 de outubro de 1941, a entidade estabeleceu joia de admissão de 60 mil réis (valor da época) e contribuição anual de 480 mil réis. Ao longo de sua existência, o Rotary tem contribuído significativamente para o desenvolvimento da comunidade, muito embora várias ações tenham se esvaído quase despercebidas pela população. O Hospital Dom Pedro de Alcântara, de tantos serviços prestados à região, está instalado na Rua Edelvira Oliveira (Kalilandia) em uma área doada pelo Rotary, o que possibilitou a sua transferência da primeira sede, na Praça Carlos Bahia, que estava superada ou obsoleta, devido ao desenvolvimento demográfico da cidade princesa e, consequentemente, à demanda de serviços.
Mas a atuação dos rotarianos foi além e cada um deles doou um leito hospitalar ao estabelecimento, possibilitando a instalação da enfermaria, que, com justiça, ganhou o nome do Rotary, posteriormente retirado. A instalação do Presídio Regional deve-se muito à ação do Rotary Clube, que, diante da precariedade das instalações da Cadeia Pública Municipal, na Rua Visconde do Rio Branco, onde hoje é a Câmara Municipal, efetuou insistentes gestões junto ao governo estadual. Na época, era governador da Bahia o professor Roberto Santos, que, atendendo ao pleito, determinou o início das obras de edificação do conjunto penal. Portanto, foram fundamentais as gestões rotarianas nesse importante empreendimento.
Também atento à área da educação, em 22 de fevereiro de 1966, o clube rotário, mediante convênio com o estado, promoveu a inauguração da Escola Rotary, no populoso bairro dos Capuchinhos, garantindo maiores oportunidades para os jovens daquela ampla parte da cidade. A partir de 2015, com a instalação do curso médio, o estabelecimento ganhou a denominação de Colégio Estadual Rotary.
Rotariano atuante, o comerciante Dázio Brasileiro Filho lembra o empenho dos integrantes da instituição na campanha Pólio Plus, que foi lançada em 1993 pelo Rotary Internacional, com a meta de erradicar a poliomielite (paralisia infantil) do planeta. Nesta cidade, a campanha foi encetada com dedicação e vigor pelos rotários. Na área de ação social, o órgão sempre esteve presente. Como forma de preservar a memória rotária no município, na década de 1970, foi instalado na Praça Jackson do Amaury (local do antigo Estádio da Vitória), o monumento do Rotary Clube, posteriormente transferido para o viaduto Portal do Sertão, entrada da cidade pela BR-324, para quem vem de Salvador.
Em agosto de 2002, o monumento à heroína Maria Quitéria, idealizado e doado pelo Rotary ao município, foi entronizado na Avenida Getúlio Vargas e, no ano de 2015, retirado por algum tempo devido às obras da Prefeitura no local, com reposição em 2016. Outra marca importante na cidade é o Relógio do Rotary na Avenida Getúlio Vargas, próximo à Prefeitura Municipal. Conforme Dázio Brasileiro Filho, o relógio, idealizado em 1974, só foi concluído e instalado 20 anos depois, devido a uma série de ocorrências de ordem técnica, mas essa demora serviu para aquilatar a dedicação e a persistência que pautam a vida rotária.
Por Zadir Marques Porto
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