sexta-feira, 28 de junho de 2013

Plebiscito pra que mesmo?

Dilma vai sugerir ao Congresso temas para o tal plebiscito que pretende convocar para atender às reivindicações que o povo esta fazendo nas ruas. A proposta, de longe, cheira mal. É truque. É golpe. É coisa de quem quer ganhar tempo e gastar (desviar) dinheiro publico sob o pretexto de saber o que todo mundo já sabe, inclusive ela.

Para a convocação de plebiscito sobre reforma política, ela listará as perguntas que, em sua opinião, devem ser feitas aos eleitores. Duas já estão definidas: qual tipo de financiamento de campanhas a população prefere (público, privado ou misto) e o modelo de voto (distrital, distrital misto ou proporcional). Ora, quem está nas ruas protestando e exigindo mudanças é a camada da população que pensa e vota de forma consciente, e sabe o que quer. Não são os analfabetos, vagabundos, alienados e oportunistas que, infelizmente, constituem a maioria dos eleitores e elegeram Lula, Dilma e toda a quadrilha que atualmente age no Congresso Nacional.
“A reforma política não pode esconder outros problemas que a população está vivendo. A presidente quer dar em 48 horas respostas que não deu em dois anos”, disse o senador Aécio Neves. Para o jornalista Ricardo Mendonça, uma reforma política ousada mexeria no sistema de votação para deputado e vereador, as eleições proporcionais. Ele cita como exemplo São Paulo, onde cada eleitor foi chamado a escolher um entre 1.035 candidatos a deputado federal. “Com um leque desses, apelos do tipo ‘vote consciente’ soam até como cinismo”, diz ele. Para quem vota, há dificuldade em distinguir bons e maus políticos. Para quem busca votos, as campanhas estão cada vez mais caras e dependentes de doações (favores?) de empresas privadas.
Segundo Mendonça, só para o sistema eleitoral de deputados, há pelo menos cinco modelos discutidos há anos, além do atual, o proporcional em lista aberta. Repare nos nomes: voto em lista fechada, voto em lista flexível, distrital, distrital misto e distritão. Uma entidade de combate à corrupção acabou de lançar o sexto, o voto para deputado em dois turnos.
Há ainda financiamento de campanha. Se público, privado ou misto; Fim de coligação em eleição proporcional; Fidelidade partidária; Unificação das datas de eleições; Extinção de suplente de senador e, a novidade, candidatura avulsa, sem partido. Se Dilma quer, de verdade, calar a voz das ruas, tem que enviar PECs ao Legislativo, de forma emergencial, para atender imediatamente as principais reivindicações que estão nos cartazes e faixas exibidos nas manifestações. Feito isso, se ainda entender que há a necessidade de um debate mais amplo para ajustar as coisas, que promova o debate, esclareça aos eleitores e só então, convoque um plebiscito para fazer mudanças mais profundas. Plebiscito feito agora, às pressas, nas coxas, como eu disse, é truque, é golpe, é ganhar tempo para desviar os olhos do mundo que ora
estão todos voltados para o Brasil. Mas tem Copa do Mundo em 2014, e o
mundo inteiro vai olhar novamente para nós.

P.S. Enquanto isso, no horário do jogo Brasil e Uruguai, o Senado votava se corrupção deve ou não ser considerado crime hediondo. Na presidência da Casa, Renan Calheiros, um dos maiores corruptos que esse mais já viu. 

Um comentário:

RLB disse...

Não vai adiantar tornar a corrupção como crime hediondo se a justiça continuar lenta, e as leis cheias de brechas. Os advogados espertalhões sempre conseguirão dar os jeitinhos onde as leis têm de ponto cego e empurrarão com a barriga até onde der ou até que sejam prescritos esses crimes. Essa reforma política, também não pode ser feita nas coxas como querem. A sociedade deve manter as orelhas em pé. Essa geração de políticos, a maioria não é confiável e nem mudará da noite para o dia.