terça-feira, 1 de julho de 2014

Alex Ferraz

DÚVIDA
A Fifa havia garantido que a presidente Dilma entregaria a taça ao vencedor da Copa do Mundo. No entanto, sábado, voltou atrás e disse que não sabe se ela irá. Bem, diante do que aconteceu no Itaquerão, no jogo de abertura da Copa, é de supor que Dilma não esteja disposta a tomar uma nova "surra" de vaias e palavrões. Que situação, hein?

Frase:"Quem não tem caráter não é homem, é coisa." (Nicolas Chamfort, 1741-1794, jornalista e humorista francês)

O recordista em faltas "cavadas" e o caráter Macunaíma
Ouvi no noticiário sobre a Copa (que, aliás, hoje ocupa 99% da mídia brasileira) que o futebol brasileiro foi eleito o maior cavador de faltas do mundo. Se não estamos mais em primeiro lugar no ranking da Fifa em termos de futebol, temos agora esse "título" de jogadores que mais tentam inventar faltas no planeta. No bojo da notícia, falava-se também que as seleções e times europeus são os que menos tentam enganar o juiz, já que, pelo menos em grande parte da Europa, as pessoas têm vergonha de ludibriar.
E daí? Bem, e daí que nossa Seleção, sob esse aspecto e tendo como figura-mor no processo o Cai Cai Neymar, representa o caráter nacional, que já foi muito bem explicitado não só em Macunaíma, como também na fatídica frase de Gerson em propaganda de cigarro: "Gosto de levar vantagem em tudo".
Corta para o aeroporto de São Paulo (Guarulhos), agora com cidadãos comuns, nada de Copa: amigo que retornava da Europa - após visitar Espanha, França e Inglaterra - fica chocado ao comprovar que imediatamente ao por os pés em território nacional, começam os fura-filas no aeroporto (guichês, táxis etc.), aquela gente espertinha que faz qualquer negócio para levar uma pequena vantagem.
É, senhores, é mesmo caráter nacional. Não teria espaço aqui para citar centenas de outros exemplos clássicos.
É por essas e outras que continuo dizendo: tenho a impressão de que estamos muitíssimos bem representados no Congresso Nacional. Não vou me queixar mais dos nossos políticos. São a nossa cara!

A justiça tarda,
e sai cara (I)

A sociedade continua clamando por um judiciário célere, transparente em suas ações administrativas, mas, como ocorre na política, não obtém qualquer resposta. Existem ações cuja sentença definitiva leva dez ou mais anos. Volta e meia, ouvimos discursos certinhos dos setores da Justiça, prometendo celeridade, explicando trâmites, blá, blá, blá. Mas tudo segue na mesma.

A justiça tarda,
e sai cara (II)

Além do cidadão em si, sofrem com isso os cofres públicos: a despeito da incrível morosidade da Justiça, para mantê-la o Estado brasileiro gastou R$ 57,2 bilhões em 2013 (dados do CNJ).
Feitas as contas, cada brasileiro pagou R$ 300,48 para manter a Justiça. Dos gastos, R$ 50,7 bilhões (88,7% da despesa) são com recursos humanos.

Cadê a Ficha
Limpa?

A notícia: "PR e PT oficializaram candidaturas do ex-governador José Arruda, acusado de envolvimento no 'mensalão do DEM', e do atual governador Agnelo Queiroz ao Palácio do Buriti, respectivamente. Condenado por improbidade administrativa em primeira instância, Arruda tentará retornar ao comando do governo de Brasília." O comentário: nenhum...

Cantamos esta
pedra (I)

A notícia: "Banco de Compensações Internacionais (BIS) alerta sobre boom de empréstimos e custo de dívidas de crédito."
Há tempos que venho cantando esta pedra aqui: a bolha do crédito fácil demais vai estourar. Mais da metade das famílias brasileiras está endividada até o pescoço.

Cantamos esta
pedra (II)

E os bancos oficiais também vão nesta onda. Mas, mesmo assim, o Banco do Brasil, pródigo em crédito em anos eleitorais, volta à cena com mais um "presente": financiamento total de veículos com primeiro pagamento em 180 dias e permitindo a escolha de dois meses do ano para não pagar nada.
Em tempo: mais carros nas cidades já sem ruas.

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