quinta-feira, 17 de julho de 2014

Brasil ganhou Copa de games, mas perdeu a de Literatura; veja 9 'Copas da Copa'


Jogo de futebol na Copa do Povo | Foto: BBC Brasil
Refugiados, sem-teto, jogadores de videogame e times juvenis de futebol de rua disputaram 'copinhas'
O Brasil venceu a Alemanha por 3 x 1 na final da Copa do Mundo de Futebol de... videogame. Já a seleção alemã, além de ter ganhado a Copa "de verdade", foi campeã na Copa do Mundo de Futebol de Botão.
Na Copa do Mundo de Literatura não deu para os brasileiros: Chico Buarque e Budapeste perderam para Noturno do Chile, do chileno Roberto Bolaño, nas oitavas de final.
A BBC Brasil listou nove "Copas da Copa", que também atraíram jogadores estrangeiros, conquistaram torcedores e comprovaram ao menos uma tendência - em pelo menos três delas, a Alemanha chegou à final.

1) Copa do Mundo de Videogame
O país anfitrião do Mundial não levou a taça, mas conseguiu o primeiro lugar nos campos virtuais. Quem garantiu a vitória na telinha foi um "técnico" dinamarquês, August Rosenmeier, de 18 anos, que jogou com o time do Brasil. A final foi disputada com a Alemanha e, de virada, Rosenmeier fez os brasileiros vencerem por 3 x 1.
Em sua décima edição, a Fifa Interactive World Cup (FIWC) foi disputada pela primeira vez ao mesmo tempo e no mesmo país da Copa do Mundo da Fifa. Foram 20 participantes, e o vencedor recebeu o troféu das mãos de Ronaldo.

2) Copa do Mundo de Futebol de Rua



A Copa, disputada em São Paulo, segue um método de futebol de rua criado pelo ex-jogador argentino Fabian Ferraro, que tem pilares bem diferentes do futebol tradicional:
  • Meninos e meninas jogam juntos;
  • Não há juiz;
  • Os jogadores estabelecem as regras antes do início da partida e debatem o desempenho dos times após o jogo.
O torneio reuniu seleções juvenis de cerca de 20 países como Gana, Chile, Alemanha e até Filipinas. Os jogadores, com idades entre 16 e 21 anos, vieram de bairros e comunidades de baixa renda de suas cidades. Fazendo jus à seleção do artilheiro James Rodríguez, a Colômbia venceu na rua.

3) Copa do Mundo da Literatura
Chico Buarque, com o romance Budapeste, chegou até as oitavas de final, mas forai eliminado pelo Noturno do Chile, do chileno Roberto Bolaño, que acabou sendo o campeão mundial.
A Copa do Mundo da Literatura foi organizada pelo Three Percent, um programa da Universidade de Rochester que tem como objetivo difundir a literatura estrangeira nos Estados Unidos. Foram escolhidos livros dos 32 países participantes da Copa, lidos por juízes que, depois, anunciavam o placar.
"Buarque é um escritor de classe mundial, um Suárez mastigando os ombros de grandes jogadores. Bolaño é Pelé-Beckham-Ronaldinho. (...) Budapeste, de Buarque, é um livro de amor. Eu sinto como se tivesse sido escrito para mim, mas O Noturno do Chile foi escrito para a eternidade", disse o "árbitro" Jeff Waxman.

4) Copa do Mundo dos Refugiados



A Copa dos Refugiados foi organizada em São Paulo pelo Adus (Instituto de Reintegração do Refugiado) para comemorar o Dia Mundial do Refugiado, em 20 de junho.
O torneio teve seis seleções masculinas da Síria, do Mali, da Colômbia, do Congo, da Costa do Marfim e do Haiti, que foi o vencedor.
No entanto, um grupo de mulheres sírias pediu para jogar - muitas delas pela primeira vez na vida -, mesmo durante o Ramadã.
As comunidades de refugiados na capital paulista ainda terão outro torneio pela frente. Em agosto, a Caritas Arquidiocesana de São Paulo e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) realizam outra Copa, reunindo times de 16 países.

5) Copa do Mundo de Futebol de Botão
Disputado no Rio, o campeonato reuniu praticantes do esporte centenário que treinavam até quatro vezes por semana para o Mundial.
Cada jogador podia tocar na bola nove vezes antes de chutar a gol. Cada botão representava um jogador real.
Estavam presentes todas as 32 seleções e, na final, a Inglaterra perdeu para Alemanha por 5 x 2.

6) Copa Gringos


Se na Copa da Fifa a seleção de Camarões foi abatida logo no segundo jogo, na 1ª edição da Copa Gringos eles conseguiram conquistar o campeonato.
O torneio reuniu 24 equipes formadas por cerca de 360 imigrantes de nacionalidades diferentes – de Japão ao Congo; de Inglaterra ao Paraguai; de Camarões à Bélgica – que moram na capital paulista.
A final foi disputada entre a Bolívia, que marcou um gol, e Camarões, que fez dois.
O francês Stephane Darmani, organizador da Copa Gringos, disse à BBC Brasil que um dos objetivos era permitir o encontro, dentro de quadra, de pessoas que vivem em situações completamente diferentes na cidade. "Temos desde executivos de multinacionais até refugiados e desempregados."

7) Copa do Mundo da Desigualdade
Na final da Copa do Mundo da Desigualdade, promovida pela ONG Oxfam, a Bélgica bateu a Alemanha como o país menos desigual do globo.
A Oxfam reuniu indicadores dos países, respeitando as chaves da Copa do Mundo da Fifa, e comparou-os até chegar ao campeão.
Também foram comparados dados sobre igualdade de gênero (venceu a Suíça) e saúde e educação (a campeã foi a Austrália).

8) Copa Popular
Os moradores da ocupação Copa do Povo, que fica a 3 km da Arena Corinthians, em Itaquera, fizeram seu próprio torneio de futebol, no qual os times representavam categorias de trabalhadores que reivindicaram melhorias salariais nos últimos meses: garis, professores, metroviários e outros.
O torneio foi organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) como crítica ao que chamaram de Copa "elitizada" e começou horas antes da abertura oficial do Mundial da Fifa.
Ttimes masculinos, femininos, "travestidos" e infantis jogaram. A final foi disputada entre o time dos estudantes e o time dos garis, que já era um dos favoritos desde as primeiras partidas. Os estudantes, no entanto, saíram campeões.

9) Copa do Mundo de Cruzamento de Braços
Sabe aquela viradinha que os jogadores fazem na apresentação dos times antes de o jogo começar na TV? A revista digital Slate escolheu a melhor de todas as performances.
A revista analisou quais jogadores foram mais talentosos na hora de escolher onde colocar a mão com os braços cruzados (é melhor cruzar por fora ou por dentro?), a forma como se viravam (alguns ficam muito de lado, enquanto outros exageram e acabam totalmente de frente para as câmeras) e a velocidade com que cruzavam os braços (o jogador de Camarões Aurelien Chedjou, por exemplo, foi lento demais e não conseguiu cruzar os braços em tempo).
O vencedor foi o também camaronês Benoît Assou-Ekotto, com uma viradinha considerada "relaxada e engraçada". Leia Clique aqui, em inglês. (BBC Brasil)

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