Todo motorista de Uber deixa bem claro
que odeia passageiros bêbados. Ao que parece, a empresa Uber também não
é lá muito fã. Um pedido de patente registrado em 2016 e divulgado esta
semana mostrou que a empresa está desenvolvendo uma inteligência
artificial capaz de ler o padrão de comportamento do usuário – e,
possivelmente, identificar passageiros alcoolizados. De acordo com o
resumo protolocado pela empresa, o propósito seria outro: a IA tem o
objetivo de entender comportamentos incomuns de maneira geral entre os
usuários, o que pode colaborar na segurança dos passageiros e
motoristas.
A ideia é que o sistema use e compare
informações como a sua localização, a precisão com a qual você digita (e
quantos erros tipográficos você comete) e até mesmo o ângulo em que
segura o celular. Esses dados vão servir como base para identificar o
que eles chamam de “atividade de usuário não característica”. Quando
isso acontecer, a empresa poderá enviar uma mensagem ao motorista
informando que o passageiro está “diferente” – muito provavelmente,
embriagado.
Também faz parte do projeto que a IA
consiga reconhecer incidentes de segurança ou conflitos antes da viagem.
Assim, a Uber poderá tomar atitudes, como, por exemplo, alterar os
pontos de embarque e desembarque para áreas melhor iluminadas e de fácil
acesso. No caso de um passageiro embriagado, o sistema também poderia
tomar a liberdade de encaminhar a corrida para um motorista que tenha
experiência e saiba lidar com situações adversas.
Nem tudo são rosas. Alguns
especialistas se mostraram preocupados com certos aspectos do projeto.
Se o motorista saberá que o passageiro está embriagado, isso não
facilitará alguém mal intencionado a atacar pessoas vulneráveis? A
corrida ficará mais cara para quem está em “atividade não
característica”? Ainda não há respostas satisfatórias para essas
questões.
A empresa, por sua vez, se mostra na
defensiva. Em comunicado à imprensa, Uber disse que está sempre
explorando novas maneiras de melhorar a experiência dos usuários, mas
que registrar uma patente não significa que ela irá de fato colocar a
ideia em prática.
A reputação da Uber acaba dando peso
às preocupações: em 2017, foi divulgado que a empresa tentou esconder
por um ano um vazamento de dados que afetou 57 milhões de contas. A
empresa pagou aos hackers US$ 100.000 para que apagassem as informações
dos usuários. Não seria agradável se descobríssemos que hackers podem
adivinhar quando estamos de porre. (Super Interessante)
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