Ano
de olimpíada comove o mundo inteiro. O país sede recebe milhares de
pessoas, culturas, dinheiro e… doenças. 2020 é a vez do Japão sediar os
Jogos Olímpicos — e ele já está tomando as primeiras medidas para evitar
possíveis surtos durante o evento.
Em setembro, o Japão importou cinco
vírus causadores de doenças, inclusive o ebola. Os pesquisadores do país
desenvolveram diagnósticos que indicam se a pessoa porta um vírus
infeccioso. Os patógenos importados servem justamente para testar e
validar o novo método.
Além do ebola, os quatro outros
agentes são causadores de febres hemorrágicas típicas da América do Sul e
África, como os vírus de Lassa e de Marburg. De acordo com a Nature, esses são os vírus mais perigosos e letais que já entraram no Japão.
Todos esses necessitam de
biossegurança de nível 4. Essa classificação é reservada aos causadores
de doenças letais, que devem ser guardados em instalações especiais e só
podem ser manuseados segundo uma série de regras rígidas.
O Japão só tem um estabelecimento
adequado para abrigar os “intrusos”: o Instituto Nacional de Doenças
Infecciosas, a 30 quilômetros de Tóquio. O laboratório precisa ser
localizado em um prédio isolado e conter sistemas de descontaminação e
outras medidas de segurança. Para trabalhar lá dentro, é preciso usar
uma roupa completa pressurizada e com fornecimento de ar, quase como um
uniforme de astronauta.
Apesar de serem extremamente
perigosos, os vírus podem evitar um problema muito maior. Com a recepção
de tantos visitantes internacionais, não é impossível que o país tenha
que lidar com doenças infecciosas durante ou depois das olimpíadas.
O Japão precisou importar os vírus
porque não há ocorrências dessas doenças no país. Segundo Masuaki Saijo,
diretor do departamento de febres hemorrágicas do instituto, as
pesquisas e técnicas desenvolvidas com os patógenos irão ajudar não só
no momento das Olimpíadas, mas também na a prevenção de outras ameaças
infecciosas no futuro. (Super Interessante)
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