O genoma do vírus monkeypox pôde ser analisado melhor após o registro da Fiocruz - Foto: reprodução Fiocruz
Pesquisadores brasileiros, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), conseguiram registrar o momento exato em que uma célula sofre o processo de degeneração após a infecção pelo vírus monkeypox, causador da varíola dos macacos.
Os pesquisadores isolaram o vírus a partir da amostra de um paciente infectado. Em seguida, infectaram as células em laboratório utilizadas em estudos que verificam a replicação viral. O procedimento foi realizado em laboratório de biossegurança do IOC.
Um registro como esse é fundamental para a medicina preventiva de epidemias, como é o caso da varíola dos macacos. O conhecimento das características de um vírus permite o desenvolvimento de tecnologias para o combate de doenças.
Importância da pesquisa
A partir das imagens, foi verificado que, apesar do tamanho reduzido do vírus em relação à célula – cerca de 300 vezes menor –, o monkeypox é capaz de infectar a estrutura e se replicar com facilidade.
O microrganismo infecta a região celular do citoplasma, onde se encontra o núcleo, responsável por guardar o material genético da célula.
Após entrar no organismo, o vírus invade as células humanas com o objetivo de criar inúmeras cópias de si mesmo – momento importante do processo de infecção.
Os pesquisadores da Fiocruz conseguiram registrar as partículas virais no processo de replicação no citoplasma da célula. O momento pode ser visto com ampliação da imagem em 40 mil vezes.
A partir das imagens, pôde ser verificado que, apesar do tamanho reduzido do vírus em relação à célula, ele é capaz de infectar a estrutura e se replicar com facilidade. O vírus monkeypox é cerca de 300 vezes menor que uma célula humana.
Estrutura celular
Em junho deste ano, um grande passo foi dado, quando um grupo de cientistas, entre eles, brasileiros, sequenciou o genoma do primeiro caso no Brasil da doença em apenas 18 horas.
Agora, com o outro registro, obtido a partir de um microscópio eletrônico de transmissão, é possível observar de forma ampliada a estrutura da célula após a replicação viral.
A pesquisa é coordenada pela chefe do Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral do IOC, Debora Ferreira Barreto Vieira, com colaboração das pesquisadoras Milene Dias Miranda, Gabriela Cardoso Caldas e Vivian Ferreira.
O projeto também conta com a parceria da equipe do Laboratório de Enterovírus, chefiado por Edson Elias, que atua como referência em diagnóstico laboratorial em monkeypox para o Ministério da Saúde, e que foi o responsável pela detecção viral na amostra utilizada no estudo.
SNB - Com informações de Agência Brasil
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