Frescura
Um vereador em Feira de Santana denunciou que a poluição dos dejetos jogados no rio Jacuípe estaria causando mutações nos peixes e provocando mudança de sexo. Os teóricos do caos começaram a emitir opiniões e houve quem dissesse que era o xixi das mulheres o agente causador dessa mutação. Há também quem diga, que não é o xixi das mulheres, mas, sim o xixi dos homens que ingerem hormônios para se transformarem em mulheres. O certo é que os peixes do Rio Jacuípe estão a cada dia mais “frescos”.
Waldick e as cobras
Em uma das poucas vezes em que tive a oportunidade de
conversar com o cantor Waldick Soriano, ele me dizia que já havia trabalhado em
garimpos. E revelou que todas as manhãs, antes de começar o trabalho ele e seus
companheiros vasculhavam os túneis e buracos para verificar se durante a noite não
caíram cobras nos locais. Isso era comum acontecer e se não fossem tomadas
essas precauções certamente muitas pessoas seriam picadas. Naquele tempo ainda
não existiam radialistas nem ambientalistas para dizer às cobras que elas não
deviam picar os humanos e dizer à estes que não deveriam matar as cobras.
Waldick disse ainda que matavam muitas cobras venenosas inclusive cascavéis, as
mais perigosas. Mas, também matavam jiboias “quase todo dia a gente matava
cobras venenosas e seguia com o trabalho. Mas, quando matávamos uma jiboia, não
tinha trabalho certo, era dia de festa. A gente assava a jiboia para comer com
cachaça”.
Facções
O comentarista da rádio Bahiana FM de Riachão do Jacuípe,
Cristóvão Rodrigues, disse que quando existem duas facções e não se toma
partido de nenhuma das duas, apanha dos dois lados. Ele, assim como eu, prefere
continuar apanhando mais sempre continuar neutro e falando as suas verdades. Jornalismo
pressupõe noticiar fatos. E não os ajustar ao pensamento de quem quer que seja,
por qual motivo for.
Os prós e os contras
No episódio da invasão do Palácio do Planalto e outros
prédios em Brasília, por parte de “terroristas bolsonaristas”, muita gente foi
presa. Esperava-se um esclarecimento rápido de quem realmente havia cometido
algum crime. Já tem mais de dois meses e até hoje o STF responsável pelas
prisões não julgou ninguém e nem esclareceu nada. O Congresso quer abrir uma
CPI, e já tem votos para isso, para apurar as responsabilidades e, é claro,
também os objetivos da invasão. Curiosamente e estranhamente o Governo Federal
é contra essa CPI. Inclusive, o presidente está se empenhando pessoalmente em
impedir que ela aconteça. Me vem à mente um trecho de uma música de Raul
Seixas: “Papai já houve Beatles, mamãe já deslumbrou, com meu cabelo grande eu
fiquei contra o que eu já sou.” Verdadeiro samba do crioulo doido. Só Froid
explica!
Simplicidade
Vivendo aqui na simplicidade de Riachão do Jacuípe, um
lugar onde as pessoas ainda se cumprimentam nas ruas, mesmo sem se conhecerem,
eu sempre descubro manifestações da simplicidade das gentes do interior que nos
causam satisfação e alegria. Ouvindo o
prefeito da cidade, Carlos Matos, falando sobre algumas obras que está
realizando, ele dizia que havia realizado obras em algumas ruas na localidade periférica
e citou o nome de três ruas e mais uma que é conhecida apenas como “a rua onde
mora Vermeia”. Isso me reportou a minha infância quando nossa casa foi visitada
por amigos vindos da zona rural, uma senhora perguntava a minha mãe se ela conhecia
Tonhe. Para identificar o tal Tonhe, ela reforço: “Oxente dona Orelina! A
senhora não conhece Tonhe? É Tonhe que usa relógio!” Isso chama-se
simplicidade. E nesse clima que eu vivo hoje. Melhor não poderia ser.
Simplicidade I
Essa estória me reportou, saudoso, a um tempo em que,
em Feira de Santana, todos se referiam a outras pessoas como fulano de fulano.
Ou seja: Havia muitos Zés e Tonhes, e para diferenciar uns dos outros as pessoas
acrescentavam o nome do pai ou da mãe.
Tipo assim: Tonho de Onorina; Beto de Aurinho, e por aí vai. Bons tempos
aqueles!
Modernidade
Falei de simplicidade, como saudade do passado. Mas,
como disse Belchior, “vou curtir as coisas novas que também são boas. O amor
nessas praças cheias de pessoas”. Lembrando que a modernidade também traz
coisas boas. Por exemplo, as redes
sociais que permitem encontrar, falar e até ver pessoas que se encontram bem
distantes. A criação de um grupo de “Jornalistas da Saudade” no WhatsApp, que
há décadas não se encontravam ou se falavam. Maravilha!
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