Na Idade Média,
as pestes (pandemias) constituíam-se nas maiores ameaças. Por vezes, populações
inteiras morriam, deixando aldeias desabitadas. Hoje, além de pandemias que
matam milhares de pessoas, temos outras que, nem sempre matam, mas tiram a
saúde e a alegria de viver. Seus nomes são: Velocidade, Impaciência, Barulho, Ativismo,
Pressa... Calma! Calma! Tudo tem o seu tempo!
ANDAMOS com excessiva pressa.
Reclamamos da lentidão da Internet, do trânsito e do atendimento nos serviços
públicos. Preferimos comidas enlatadas e refeições prontas (fast food) que
trazem em nossa casa. De vez em quando admitimos: Isto não é vida, mas em
seguida, retomamos a corrida e nos tornamos irritados e impacientes. Depois de
algum tempo, recorremos a farmácias em busca de tranquilizantes ou a clínicas
de repouso para curar o estresse.
O TRÂNSITO é nervoso, e a
buzina um grito de impaciência. Que pena que nas farmácias não vendem
paciência! Todos participamos de uma corrida tipo Fórmula-1. Corremos em busca
de alguma coisa. Afinal, atrás de que estamos correndo? Por que tanta pressa?
Qual o prêmio que esperamos no final da corrida? É dinheiro? É prazer? É fama? A
pressa, hoje, é uma doença que afeta pessoas, famílias e comunidades. São Paulo,
falava de atletas que corriam muito, mas por caminhos errados.
ARNAUD Rodrigues, numa
canção que fez sucesso, falava de um velho índio de quem aprendera uma
importante lição: “A vida é de quem corre menos em busca do mais”. Na prática,
muitos fazem exatamente o contrário: correm demais em busca do menos. Há pessoas
que estão sempre com pressa, em busca de coisas sem importância; e, não fazem
qualquer esforço, para conseguirem, as mais importantes. São, as que correm
mais, e buscam o menos.
OUTRAS pessoas também,
vivem em permanente conflito, porque misturam o presente, o passado e o futuro
ao mesmo tempo, ou seja, o ontem, o hoje e o amanhã, num único momento. Isso
cria uma situação de desgaste muito grande. O importante é o agora. O passado
não volta mais. O futuro não se sabe se o teremos em nossas mãos. Viver o
momento presente, ou seja, aquilo que se está fazendo, é um dos segredos para ser
feliz.
PORTANTO, cada ser
humano carrega consigo o Segredo da Felicidade. Nossa vida não é somente
trabalho, ativismo e produtividade. É necessário viver sem pressa, dimensionar os
valores importantes em nossa vida e dedicar a eles o tempo correspondente: Família,
Igreja, trabalho, lazer, férias, amigos, leitura da Palavra de Deus, oração...
Além do mais, façamos sempre uma coisa de cada vez.
Dom Itamar
Vian
Arcebispo
Emérito
[email protected]
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