Eu tenho o hábito de dizer que se houver uma fila para a morte quem quiser pode passar na minha frente, não me importo. Isso porque sou intolerante com quem costuma "furar" filas, a ponto de brigar e fazer discurso socialista dentro de uma lotérica, por exemplo. Mas não vou falar mais dessa forma da morte. Não tem graça brincar com algo tão sério e que mexe tanto com nossos sentimentos.
Ela, a morte, às vezes avisa que está rondando, mas nem sempre percebemos. Não nos dá a chance de uma despedida... Há uns dias perdi o convívio com um grande amigo. Na verdade ele já estava meio afastado, de mim e de todos, por conta de um vertiginoso processo de perda de memória. Até a hora da passagem foi inesperada. Recebi a notícia 00h18. Confesso que foi um baque.
Geraldo Lima era uma dessas pessoas indispensáveis em nosso mundo, pessoal ou profissional. E de repente lá estávamos velando seu corpo, sem os abraços, as risadas estridentes, a conversa prazerosa, as opiniões sempre tão coerentes. Ator de teatro, escritor, jornalista e, sobretudo, pai. Dos seus e dos nossos filhos. Sim! Ele acarinhava todos e, com isso, afagava nossos corações. Não é mesmo, Neire Matos?
Mas enfim, Geo se foi para sempre. Saiu à francesa, não se despediu. Talvez fosse mais difícil, realmente, deixou que os familiares fizessem isso. Deixou Thiago e Jorginho para disseminarem a semente do bem e eles estão bem preparados para tanto. Não sei como é "do outro lado". Ninguém sabe. A única certeza é que esteja onde estiver, ele espalhará amor e alegria. Sem economizar.
Madalena de Jesus
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