Certamente muitos políticos obscuros
ainda chamarão para si a paternidade deste projeto que, sabemos, há mais de 10
anos vem sendo tocado por um grupo de forrozeiros, fabricantes de instrumentos,
promotores de eventos e toda uma gama de pessoas ligadas ao forró. O
reconhecimento pelo IPHAM foi um marco conquistado com muita luta por alguns abnegados
forrozeiros. Mas, não importa. Quem ganhou foi o forró, não a música, mas todos
os envolvidos nessa manifestação. É válido salientar que artistas de grande
expressão foram convidados a dar sua contribuição à causa, mas, alguns se
esquivaram pelos mais diversos motivos. Contudo, vencida essa batalha, ocuparam
espaço na mídia para falar dessa vitória, que sabemos foi dos mais humildes.
Os políticos, que também se omitiram na
hora da luta, agora começam a aparecer com projetos de leis similares. Tipo
assim: Vem um e diz: “O forró é lindo”. Outro vem e diz: “O forró é gato”.
Outro diz: “O forró é gato, lindo e cheiroso”. E assim vai com cada um tentando
puxar para si a paternidade de qualquer ação que venha a colocar o forró no
lugar que ele merece. Mas, o forró está aí pelos seus próprios méritos, e não
importa que este ou aquele queira usufruir da grandeza do forró. Porém, todos
nós nordestinos, brasileiros, amantes do forró, estamos felizes e orgulhosos
com o seu reconhecimento.
Mas, a luta continua! Ainda há muito
que se fazer, não só para promover o forró, como para mantê-lo no topo dos
grandes eventos musicais do Brasil. E não é só isso. A luta agora é por
políticas públicas para promover o trabalho dos profissionais do forró, aqueles
que sobrevivem dessa cultura. Ou seja: Os músicos, fabricantes de instrumentos,
promotores de eventos, cantores, compositores. Afinal o forró não é apenas uma
música junina. É uma arte que movimenta a economia através do comércio de
roupas, calçados, alimentos, bebidas e serviços que mantem milhares de famílias
e que dura do carnaval ao Natal.
São João passou por aí?
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