sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Lula está errado e certo sobre Israel

Dez pontos que  precisam ficar muito claras nesse episódio envolvendo Lula,  Hamas e Israel.

1-Governo de Netanyahu não é o povo judeu, assim como o Hamas não é o povo palestino.

2-Hamas é um grupo terrorista cujo objetivo em seu estatuto é o genocídio do povo judeu e o extermínio do estado de Israel. É alimentado pelo Irã. Foi eleito em um processo eleitoral suspeito de fraude para governar Gaza e desvia os milhões que recebe para sua guerra de terror, ao invés de melhorar as condições de vida dos cidadãos de Gaza.  Escolas, hospitais e mesquitas são usadas como escudo, cavando túneis em suas estruturas. Usa o estupro como arma de guerra. Matou, decapitou, queimou pessoas vivas, violentou, mais de 1200  civis israelenses, incluindo crianças. E fez mais de 200 reféns. Não há nenhuma concessão a ser feita ao grupo, que deve ser extinto.

3-Netanyahu é um extremista de direita, acusado de corrupção, que tentou suprimir poderes da Suprema Corte de Israel. Foi incompetente em proteger seu povo, resultando no ataque do Hamas que traumatizou seu país. Tenta usar o direito natural de defesa de Israel para evitar sua queda e prisão. Muitos atos que tem cometido se aproximam de crimes de guerra. Ele representa o pior de Israel, não do povo judeu. E não oferece nenhum futuro ao seu próprio povo exceto ódio, violência e vítimas.

4- Discordar do governo de Israel não é antissemitismo, nem antissionismo, tampouco compactuar com os terroristas do Hamas.  O grupo ainda não libertou os  reféns- o que só agrava sua estupidez moral- e é preciso que seja afastado do poder para que outra força governe Gaza.

5- Israel tem o direito de se defender, até porque, se não o fizer, será eliminado sem piedade pelos inimigos,  mas não pode desconsiderar os civis. Os que se escoram na barbárie que o Hamas  cometeu para legitimar tudo que Netanyahu faça esquecem que do outro lado, civis, inclusive crianças, estão morrendo e que mais de 1 milhão de pessoas já foram deslocadas de suas casas e estão sofrendo terrivelmente. Um humano civil de um lado não é mais importante que um civil do outro lado. Crianças choram o mesmo choro. Do mesmo modo,  não se pode usar a causa palestina para legitimar a ação criminosa, selvagem, do Hamas.

6-É preciso que o mundo pressione para que a solução de dois estados com fiscalização e controle internacional seja transformado em realidade.

7- Os acordos entre Arábia Saudita e Israel que estavam avançando contrariam a geopolítica de domínio do Irã. Essa é uma das motivações políticas para o ataque do Hamas e não apenas a  causa palestina.

8-Comparar os ataques de Israel, em Gaza, com o  Holocausto judeu feito por Hitler que criou uma máquina de matar com campos de concentração, fornos crematórios, com o objetivo de exterminar uma raça é uma ignorância, uma infâmia com os 6 milhões de mortos( metade da população de judeus à época) e seus familiares. O terror em estado máximo que foi o Holocausto é uma mancha do mal na história da humanidade,  não pode ser comparado a nada e não pode ser banalizado pelo vandalismo retórico de Lula.

9-Lula errou e cometeu uma ignomínia  ao citar o Holocausto. Deveria pedir desculpas ao povo judeu- ainda que não a Netanyahu-, mas está certo ao criticar o governo de Israel por abusos na operação de caçada aos criminosos do Hamas, uma ação que grande parte dos líderes do mundo já enxerga como excessiva. Ao mesmo tempo, deveria condenar o Hamas com a mesma severidade e exigir a libertação dos reféns.

10- 20.000 cidadãos de Gaza trabalhavam diariamente em Israel. A convivência pacífica tem mais a oferecer do que a tragédia da guerra.

Publicado no Tribuna Feirense

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