sábado, 31 de agosto de 2024

Arquivo Público Municipal, o relicário da história da Princesa


Funcionando desde dezembro de 1987 no prédio da extinta Escola João Florêncio, na Avenida Senhor dos Passos, em frente ao templo dedicado a esse santo da Igreja Católica, o Arquivo Público Municipal é um verdadeiro relicário oficial da história do município, ali depositado e zelosamente guardado, salvaguardando para historiadores, pesquisadores, professores e estudantes, além de visitantes, informações precisas e exatas.

Temos aqui milhares de documentos, considerados importantes e extremamente importantes” garante a professora Gleide Maria Bastos Silva Figuerêdo, chefe da Divisão de Acervo Documental destacando que o órgão municipal funciona de segunda-feira a sexta-feira das 8 às 12 horas e das 14 às 17 horas, com boa visitação pública. Observa que quando se trata de escolas o agendamento é feito com a indicação do assunto a ser tratado e sendo um grupo de no máximo 15 pessoas, para que haja perfeita recepção e comodidade compatível com o espaço físico disponível.

No local, além de pesquisas são realizadas palestras e aulas com assuntos pertinentes ao município. Ressalta Gleide Figuerêdo que há mais de oito mil caixas contendo importantes documentos, inclusive aqueles assinados pelo intendente (prefeito na época) Agostinho Fróes da Mota e o coronel José Paulino de Carvalho, autorizando a construção do prédio inaugurado em 1917, como escola João Florêncio Gomes, que era um estabelecimento para estudantes do sexo masculino.

Com a desativação dessa unidade de ensino, o prédio sediou a Delegacia Escolar e a Coordenadoria Regional de Educação. Em 30 de agosto de 1987, mediante o decreto 1077/1987 do prefeito José Falcão da Silva, começou o funcionamento do APM. Tratando-se de assuntos administrativos, o acervo conta com vasto material sobre a vida funcional de antigos e atuais servidores municipais. São cerca de onze mil fichas curriculares com fotos 3x4, constituindo-se em um material indispensável ao setor de recursos humanos.


No salão destinado a recepção de visitantes, reuniões e palestras, há uma galeria fotográfica registrando destacadas personalidades feirenses como: Maria Quitéria, Agostinho Fróes da Mota, Georgina de Melo Erisman, Arnold Silva, Dival da Silva Pitombo, Bernardino Bahia e João Marinho Falcão.

Na biblioteca são mais de mil exemplares de livros antigos, alguns raros, muitos relacionados à história de Feira de Santana. A professora Gleide Figuerêdo, ressalta o apoio de pessoas da comunidade, como o historiador e pesquisador Carlos Alberto Mello que “tem sido muito importante para o Arquivo, sempre colaborando com a doação de livros e fazendo palestras e aulas aqui”.

Destaca também a obra de Wilana Brito de Oliveira, o “Catálogo de Todas as Plantas” que a autora realizou durante um ano, quando estudante universitária. Wilana elaborou um trabalho minucioso e raro, sobre todos os prédios existentes em Feira de Santana, tanto públicos como privados, edificados a partir de 1916 até 2002. Cada trabalho registra a planta com a fachada do imóvel.

Trata-se de um trabalho incomum, concluído e apresentado com a elaboração de cinco volumes com cinco mil folhas cada, o que representa um total de 25 mil folhas. Uma contribuição inestimável da autora, formada em História.  Muitos não têm uma ideia exata em relação ao Arquivo Público e até pensam que é uma espécie de depósito de papéis velhos, o que não corresponde à verdade“Os que pensam assim não sabem o tesouro informativo que o Arquivo guarda e o que isso representa”, observa a Professora Gleide Figuerêdo.

Revela também que há uma boa visitação. No ano passado, mesmo ainda sob o efeito do Covid-19, que afastou muito as pessoas de locais como bibliotecas, museus e similares, o Arquivo Público Municipal de Feira de Santana recebeu mais de 1.200 visitantes. Conclui ressaltando o importante trabalho de Fábio de Jesus Marques, que “está aqui sempre nos apoiando” e lembra que para visita individual ao órgão é só o interessado se dirigir ao local e procurá-la, mas para visitas coletivas (grupos e pessoas) é necessário agendar.

Por: Zadir Marques Porto


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