terça-feira, 27 de agosto de 2024

Tema da 17º edição da Flifs debate protagonismo feminino



Uma recepção com animadores marcou o início da Flifs, o Festival Literário e Cultural de Feira de Santana. A abertura ocorreu na manhã desta terça-feira (27), na Praça Padre Ovídio, local do evento. O tema da 17ª edição da feira é Narrativas Femininas e Histórias para Resistir.

As feirenses Crispina dos Santos, Vanda Machado, Dona Pomba, Marilene Brito, Chica do Pandeiro e Mestra Lainha são as homenageadas desta edição. Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora do evento, professora Rita Brêda, falou sobre a importância do tema.

“O tema nasce da necessidade de aprofundar o debate do papel da mulher ao longo da história. Infelizmente, a gente tem percebido o aumento de situações de preconceito, discriminação e feminicídio. Este é o momento de formar e de entregar à comunidade um movimento de formação de leitores, criando consciência crítica. O tema estimula discutir cada vez mais como a sociedade pode redimensionar o papel da mulher, reconhecendo seu valor”, disse Rita Brêda.

A Feira Literária segue até o próximo domingo, dia 1º de setembro, com uma programação que contará com lançamento de livros, contação de histórias, apresentações musicais, saraus, fanfarras e a já tradicional programação infantil dedicada ao público mais jovem. 

Cordel

Chico Pedrosa

As apresentações de cordéis, um tipo de literatura popular em verso, estarão presentes em todos os dias do evento. O cordelista de Feira de Santana, Chico Pedrosa, irá recitar algumas de suas obras no domingo (1º). Ele falou sobre a expectativa para a apresentação.

“Nas minhas declamações de poesias, eu espero que o pessoal goste, como sempre vem gostando e aplaudindo. Graças a Deus, até hoje eu não fui repudiado por ninguém. Em todo canto que chego, sou bem recebido. O pessoal gosta do que eu faço e eu continuo gostando do pessoal que escuta o que eu digo”, disse o cordelista. 

Pedrosa também destacou a importância do estilo na literatura de cordel.

“O cordel sempre foi para mim e será eternamente o livro do matuto, do sertanejo, o que chamamos de tabarel [expressão informal para se referir a pessoas que são do interior]. Desde a minha infância eu vivo dele e até hoje, graças a Deus, não me arrependi. Sou filho de um cordelista tradicional que Deus levou há muito tempo. Eu continuo escrevendo e participando dos eventos e estou feliz com ele até hoje”, disse Chico. 

Inspiração

Os jovens são considerados pela organização como o grande público-alvo da Flifs. A Importância do incentivo à leitura é um dos motores da feira.  Caroline Silva, estudante do curso básico de Assistente Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), visitou o espaço logo no início da manhã. Acompanhada por colegas e pela professora, a estudante revelou que a visita tinha um objetivo muito especial. “Nós viemos para aprender, porque em outubro vamos apresentar no Senai a nossa feira literária”.

A bibliotecária do Senai, Josenice Pitangueira, estava acompanhando a turma. “A visita é para inspiração. Em outubro, nós vamos montar a nossa feira nordestina. Nós somos nordestinos, somos cabra-da-peste. Nós queremos levar o Know-How [termo em inglês que significa ‘como saber’] da Flifs para o Senai. A feira está muito linda e muito organizada, é justamente este espírito que nós queremos levar para a nossa feira”, finalizou Josenice.

Texto e Fotos: Jefferson Araújo/Acorda Cidade

Nenhum comentário: