Fruto do Suor
A música Fruto do Suor da banda Reices de Améria (Composição de Enrique Bergen/Tony Osanah) aborda a formação da identidade brasileira através da mistura de diferentes povos e culturas. A letra começa descrevendo um cenário paradisíaco, onde os indígenas eram os senhores do continente, vivendo em harmonia com a natureza. Com a chegada dos conquistadores, africanos e aventureiros, inicia-se um processo de mescla cultural e étnica, resultando em um novo tipo de americano. A canção destaca como o interesse econômico e a ganância fabricaram divisões e fronteiras, separando as pessoas em diferentes bandeiras e nacionalidades.
A segunda parte da música enfatiza a ideia de pertencimento e união. O eu lírico menciona ter um filho nessa terra, fruto de um amor sem passaportes, e rejeita a ideia de ser chamado de estrangeiro. A letra ressalta que cada pedra e rua do país tem a marca dos imigrantes, que com os seus sonhos ajudaram a construir a nação. A mensagem central é que o suor de todos, brasileiros ou imigrantes, fecunda o solo e que o fruto desse trabalho é o que realmente importa não as divisões geográficas ou culturais.
A
canção termina com um apelo à unidade e à fraternidade. O eu lírico pede para
não ser visto como forasteiro e rejeita a invenção de geografias que separam as
pessoas. Ele se identifica como parte da raça, do povo e do dia a dia do país,
reforçando a ideia de que todos são irmãos, independentemente de suas origens. ‘Fruto
do Suor’ é uma celebração da diversidade e da contribuição de diferentes
culturas na formação da identidade brasileira, promovendo uma mensagem de inclusão
e solidariedade. (O significado desta
letra foi gerado automaticamente, publicado no site letras.mus.br)
Dessa letra eu discordo apenas da
afirmação de que o Brasil é um país que não tem dono. Afinal, aqui não é a casa
da Mãe Joana. É verdade que os imigrantes portugueses, africanos, italianos,
japoneses, alemães, e tantos outros que povoaram o Brasil, fundaram essa grande
Nação e da mistura de raças resultou um novo povo que é o brasileiro, senhor e
dono absoluto desse país. Qualquer coisa dita em contrário é uma tentativa
deslavada de nos considerar apátridas. Não somos. Somos um grade povo, com uma
imensa diversidade cultural e racial, o que nos torna o povo mais bonito do
mundo. (Cristóvam Aguiar)
Raices de América
O grupo surgiu durante o regime militar no Brasil e logo conquistou o público estudantil, que na época caracterizava-se por ser engajado na luta pela democracia. O grupo gravou onze álbuns, e em 1982 obteve o segundo lugar no Festival MPB Shell, com esta música. O álbum mais recente do grupo é o Raíces de América 25 Anos (2006), uma coletânea de sucessos incluindo algumas músicas inéditas.
A primeira formação do Raíces tinha: Mariana
Avena; Tony Osanah; Enzo Merino; Willy Verdager; Oscar Segovia; Júlio César
Peralta; Freddy Góes; Celso Ribeiro; Isabel Ribeiro (patiicipação especial no
primeiro álbum, declamando poemas)
A atual formação do grupo tem sete músicos multi-instrumentistas, que tocam instrumentos típicos da América Latina. Willy Verdaguer; Fabian Famín; Nicole Bueno; André Perine; Oscar Segovia; Tadeu Passarelli; Chico Pedro; Jara Arrais; Jica.
Confira a seguir música e letra:
Fruto do suor
A terra nova era um paraíso
O milho alto e os rios puros
Dormia o ouro a cobiça ausente
Era o índio senhor do continente
Foram chegando os conquistadores
Os africanos e os aventureiros
O índio altivo se mesclou ao escravo
Nascia um novo tipo americano
O interesse fabricou carimbos
O ódio à toa levantou paredes
A baioneta desenhou fronteiras
A estupidez nos separou em bandeiras
Tenho um filho nessa terra
Foi um amor sem passaportes
Se o gestar foi brasileiro
Não me chames de estrangeiro
Cada pedra, cada rua tem um toque de imigrantes
Levantaram com seus sonhos
Um país que não tem donos
O suor fecunda o solo e a semente não pergunta
Brasileiro ou imigrante? Só o fruto é importante
Não me sinta forasteiro
Não me invente geografias
Sou tua raça, sou teu povo
Sou teu irmão no dia a dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário