A fogueira do meu coração
Crepitam estalidos em meu coração, em chamas.
Evoco a fazenda Alpha-Um, anos oitenta, Ubaíra.
Arrasta-pés juninos ao som de improvisados trios;
iguarias típicas com ingredientes da própria roça.
Entre os ditos, para os manjares, recordo
o milho, a
mandioca, o coco, o leite, os ovos.
Para os licores, o jenipapo, a cajá,
o mel de cacau, o tamarindo e o maracujá.
Convidados?
Trabalhadores da roça e familiares.
Vizinhos do entorno, mais amigos da cidade.
Som na caixa, maestro!
Convidem as damas, à dança, senhores!
Espigas de milho, assadas na fogueira,
acompanhadas com licor do mel de cacau.
Ao ar livre, próxima à fogueira,
a mesa rústica de jaqueira, ostentava
o tentador mungunzá,
as pamonhas quentinhas, em folhas de bananeira,
as versões da polenta - cozida e frita -
o angu, a quem prefere a mandioca ao milho
e a tapioca, dobrada em forma de crepe
- com variados recheios.
Em litros, outros quatro licores,
jenipapo, cajá,
tamarindo e maracujá.
No tabuleiro da baiana - presente com seus acarajés -
quindins, cocadas,
beijinhos,
paçocas, pés-de-moleque, arroz doce.
Bolos de fubá, de massa puba e de milho.
Festas juninas inesquecíveis! Crepita
coração!
Hugo Adão de
Bittencourt Carvalho (1941),
economista, cronista, é autor do livro virtual
Bahia –
Terra de Todos os Charutos, das crônicas
Fumaças Magicas e Palavras ao Vento,
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