domingo, 26 de janeiro de 2025

 

A fogueira do meu coração

 

Crepitam estalidos em meu coração, em chamas.

 

Evoco a fazenda Alpha-Um, anos oitenta, Ubaíra.

Arrasta-pés juninos ao som de improvisados trios;

iguarias típicas com ingredientes da própria roça.

                                                    

Entre os ditos, para os manjares, recordo

 o milho, a mandioca, o coco, o leite,  os ovos.

Para os licores, o jenipapo, a cajá,

 o mel de cacau, o tamarindo e o maracujá.

 

Convidados?

Trabalhadores da roça e familiares.

Vizinhos do entorno, mais amigos da cidade.

 

Som na caixa, maestro!

Convidem as damas, à dança, senhores!

Espigas de milho, assadas na fogueira,

acompanhadas com licor do mel de cacau.

 

Ao ar livre, próxima à fogueira,

a mesa rústica de jaqueira, ostentava

o tentador mungunzá,

as pamonhas quentinhas, em folhas de bananeira,

as versões da polenta - cozida e frita -

o angu, a quem prefere a mandioca ao milho

e a tapioca, dobrada em forma de crepe

- com variados recheios.

Em litros, outros quatro licores,

 jenipapo, cajá, tamarindo e maracujá.

 

No tabuleiro da baiana - presente com seus acarajés -

 quindins, cocadas, beijinhos,

paçocas, pés-de-moleque, arroz doce.

Bolos de fubá, de massa puba e de milho.

 

Festas juninas inesquecíveis! Crepita coração!

 

Hugo Adão de Bittencourt Carvalho (1941), economista, cronista, é autor do livro virtual

Bahia – Terra de Todos os Charutos, das crônicas Fumaças Magicas e Palavras ao Vento,

participa do Colares – Coletivo Literário Arte de Escrever. Vive em São Gonçalo dos Campos.

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